OURO BRANCO         Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2014. Crônica nº 1151 Imagem: ufal.edu.br Ouro Branco é uma cidad...

OURO BRANCO



OURO BRANCO       
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2014.
Crônica nº 1151

Imagem: ufal.edu.br
Ouro Branco é uma cidade sertaneja alagoana e também faz fronteira com Pernambuco. O início como povoado vai para 1830, mas somente em 1881 foi ali construída uma capela de pedra que começou a atrair a vizinhança. Um fazendeiro vindo de Minas Gerais deu o nome do lugar como Olho D’Água do Cajueiro, por haver uma fonte sob um cajueiro nas terras por ele compradas. O fazendeiro, chamado Domingos Gomes, escolheu Santo Antônio como padroeiro e o lugar foi prosperando passando a povoado. Retornando a Minas Gerais, o fazendeiro deixou o seu filho Francisco Gomes naquelas terras que impulsionou o progresso e passou a chamar o lugarejo de Olho D’Água do Chicão. Em 1901, o Olho D’Água do Chicão, também conhecido simplesmente como Chicão, passou a condição de vila. Após 1918, passou a receber ataques de Virgulino Ferreira que atuava no bando de Antônio Porcino e se preparava para ser o futuro Lampião.
Quando chegou por ali, mais ou menos nessa época, o comerciante Antonio Jiló de Campos, sugeriu que a localidade fosse denominada de Ouro Branco, por causa das alvuras das plantações de algodão naquelas terras arenosas.
Nas andanças costumeiras de Virgolino pelo Chicão, ainda como cabra dos Porcino, chegou a defender o comerciante Jiló de possível calote dos parceiros de bando.
Em 1962, através da Lei 2.445, Ouro Branco foi desmembrado do município de Santana do Ipanema.
Estudiosos da Geologia têm procurado investigar o relevo da região, principalmente focando em dois pontos atrativos: a pedra da Capelinha e o Lajedo Grande.
De 01 a 13 de junho é realizada a festa do padroeiro e a emancipação política também em junho.
A cidade muito se expandiu nas últimas décadas, atraindo visitantes pelo seu aspecto alegre e acolhimento da sua gente. Vale a pena visitar no alto sertão das Alagoas a cidade de OURO BRANCO.

EU QUERO O TOURO AMARRADO Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2014 Crônica Nº 1150                Imagem: reproduzir.r...

EU QUERO O TOURO AMARRADO




EU QUERO O TOURO AMARRADO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2014
Crônica Nº 1150              



Imagem: reproduzir.rural.uol.com.br.
 Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana

(Gênero incorporado à cantoria de viola, com música própria. Alegre, belo, criativo e bastante solicitado aos repentistas). Repetem-se os dois últimos versos: Menino me amarre o touro/ Lá no pé da cajarana/ Eu quero o touro amarrado/Lá no pé da cajarana).

Um dia comprei um touro
De uma vaca espanhola
Dei-lhe o nome de Boiola
Ele arrepiou o couro
Quebrou meu dente de ouro
Quase pega a minha mana
Tirei o nome sacana
E mudei pra Delegado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

Quando o cabra é valentão
É metido a cobra choca
Ou na maconha ou na coca
Dentro ou fora da prisão
Mata por qualquer tostão
Nessa vida desumana
O cão lhe chega e afana
A vida do desgraçado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

Uma dona carinhosa
Dessas do corpo bem feito
Com um perfume perfeito
Tendo os lábios cor de rosa
Cada beijo é uma glosa
Na rede duma cabana
Os miados da fulana
Deixa o homem abestalhado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

Quem bebe muita cachaça
Vive caindo na pista
Pode virar transformista
Depois de encher a taça
Chega ao banco da praça
Cai de bruços “mode” a cana
O vendedor de banana
Logo enxerga o ofertado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

FIM






MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2014. Crônica Nº 1149 Os Félix continuam no Bebe...

MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX



MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2014.
Crônica Nº 1149

Os Félix continuam no Bebedouro. Foto: (Clerisvaldo).
Novamente retornamos aos subúrbios, Maniçoba/Bebedouro, lembrando a teoria que trazemos sobre esses dois emendados lugares, no livro “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”. Nele dividimos Santana em seis porções e descrevemos a gênese de Santana e, particularmente, cada uma dessas porções.
Depois da consciência de vendas de terrenos nos arredores da cidade, há poucos anos, Maniçoba e Bebedouro (antes completamente isolados) começaram a ser invadidos em três frentes. A primeira veio pelo norte, pela parte alta, via UNEAL. A segunda, pela parte baixa a noroeste, eixo Bairro São Pedro/UNEAL, pela estrada velha. A terceira frente acontece pela compra de terreno e construções de belas residências, dentro da tranquilidade do subúrbio ajardinado.
Os lugares acima sempre foram motivos dos demagogos políticos que tudo prometem aquele povo simples e de extrema pobreza. Depois de muito luta, colocaram um pouco de cimento e pedra em trecho da Maniçoba até o grupo municipal. Do grupo até o final da Rua do Bebedouro, não é bom nem falar. Os moradores reclamam do calçamento mal feito sem oferecer escoamento das águas. Do final da Rua São Pedro até o início do calçamento da Maniçoba, mil metros apenas, continua nas mais mirabolantes e ingênuas desculpas dos políticos.
Entre a pobreza e o jardim. (Foto: Clerisvaldo).
A descida de quem vem pela UNEAL para o Bebedouro, acabou-se com as chuvas. A região que começa a se encher de casas, não tem planejamento, meio-fio, linha-d’água e Santana continua crescendo como no passado, seguindo as veredas de bode.
É ali a região dos Mélo e dos Félix, que habitam os matacões e jardins de árvores nativas do arruado ao longo do rio Ipanema. Os Mélo estão naquele espaço desde os primórdios; os Félix há mais de cem anos.
Dona Maria Félix da Silva, moradora, vai contando suas viagens ao Juazeiro do Norte, a pé, juntamente com uma das antigas lideranças, Manoel Grande. E surge o artesanato de palha e de couro de bode, a coleta e venda de mamonas das margens do Ipanema, os curtumes da época, a construção da Igrejinha de São João...
E ao término desse domingo de pesquisa, voltamos com o coração partido, carregado de tristeza por nada poder fazer por aquela comunidade vítima dos papa-figos de gravata.
Na História Completa de Santana, muita coisa é contada da MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX.