MANIÇOBA/BEBEDOURO,
O REFÚGIO DOS FÉLIX
Clerisvaldo B.
Chagas, 10 de março de 2014.
Crônica Nº 1149
Os Félix continuam no Bebedouro. Foto: (Clerisvaldo). |
Novamente retornamos
aos subúrbios, Maniçoba/Bebedouro, lembrando a teoria que trazemos sobre esses
dois emendados lugares, no livro “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa
de Santana do Ipanema”. Nele dividimos Santana em seis porções e descrevemos a
gênese de Santana e, particularmente, cada uma dessas porções.
Depois da consciência
de vendas de terrenos nos arredores da cidade, há poucos anos, Maniçoba e Bebedouro
(antes completamente isolados) começaram a ser invadidos em três frentes. A primeira
veio pelo norte, pela parte alta, via UNEAL. A segunda, pela parte baixa a
noroeste, eixo Bairro São Pedro/UNEAL, pela estrada velha. A terceira frente
acontece pela compra de terreno e construções de belas residências, dentro da
tranquilidade do subúrbio ajardinado.
Os lugares acima sempre
foram motivos dos demagogos políticos que tudo prometem aquele povo simples e
de extrema pobreza. Depois de muito luta, colocaram um pouco de cimento e pedra
em trecho da Maniçoba até o grupo municipal. Do grupo até o final da Rua do
Bebedouro, não é bom nem falar. Os moradores reclamam do calçamento mal feito
sem oferecer escoamento das águas. Do final da Rua São Pedro até o início do
calçamento da Maniçoba, mil metros apenas, continua nas mais mirabolantes e
ingênuas desculpas dos políticos.
Entre a pobreza e o jardim. (Foto: Clerisvaldo). |
A descida de quem vem
pela UNEAL para o Bebedouro, acabou-se com as chuvas. A região que começa a se
encher de casas, não tem planejamento, meio-fio, linha-d’água e Santana continua
crescendo como no passado, seguindo as veredas de bode.
É ali a região dos
Mélo e dos Félix, que habitam os matacões e jardins de árvores nativas do arruado
ao longo do rio Ipanema. Os Mélo estão naquele espaço desde os primórdios; os
Félix há mais de cem anos.
Dona Maria Félix da
Silva, moradora, vai contando suas viagens ao Juazeiro do Norte, a pé,
juntamente com uma das antigas lideranças, Manoel Grande. E surge o artesanato
de palha e de couro de bode, a coleta e venda de mamonas das margens do Ipanema,
os curtumes da época, a construção da Igrejinha de São João...
E ao término desse
domingo de pesquisa, voltamos com o coração partido, carregado de tristeza por
nada poder fazer por aquela comunidade vítima dos papa-figos de gravata.
Na História Completa
de Santana, muita coisa é contada da MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX.
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