VIVA OLIVENÇA! Clerisvaldo B. Chagas, 7 de janeiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano C rônica: 2.637   Voltamos a falar ...

 

VIVA OLIVENÇA!

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de janeiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.637



 

Voltamos a falar da rodovia sertaneja Olivença – Batalha. Atualmente para sair de Olivença para a cidade de Batalha é preciso, se for pelo asfalto, rodear por Olho d’Água das Flores, Monteirópolis e Jacaré dos Homens. Mas existe uma estrada de terra que chega a Batalha, por dentro. Um atalho que é apenas um pulo. Pois bem, prometida pelo governo estadual o seu asfaltamento, ano passado, agora o tema volta com toda força possível. É anunciada a ordem de serviço para o aniversário da cidade, no próximo mês de fevereiro. O anúncio foi feito pelo seu prefeito e o deputado federal Isnaldo Bulhões, relativo à comunicação com o governador Renan Filho, noticiam sites da terra. Assim sendo está bem pertinho esta grande vitória oliventina e do médio sertão como um todo.

Agora todos os caminhos da Bacia Leiteira se entrelaçarão, permitindo um intercâmbio supimpa pelos caminhos do leite. E Olivença que sempre foi parceira de Major Izidoro, integrar-se-á fortemente àquele município rei da agropecuária. Novos investimentos no progresso da antiga Capim, poderão ocorrer com o benefício do asfalto e, Olivença que não para de crescer alcançará com certeza a mesma fama do criatório do triângulo do leite Major Izidoro, Batalha e Jacaré dos Homens. Todos serão beneficiados, principalmente naquela grande área que engloba também Jaramataia, Belo Monte, Monteirópolis, Palestina e Até Pão de Açúcar. O importante é que o mundo esteja todo furado de estradas negras de piche do progresso.

Qual é a cidade que não gostaria de receber um presente deste na sua emancipação! É bem verdade que não podemos mais viver no sertão atrasado. E a era do “grande sertão veredas” está ficando longe, tão longe que as novas gerações sertanejas nem lembram do atraso que cegava seus habitantes. Não é mais o tempo em que foi invadida por Lampião que de quebra ainda quis ocupar sua vizinha Major Izidoro, então Sertãozinho. Ao passar ali com destino a um dos seus povoados, fiquei surpreendido com sua expansão territorial. O oliventino deve estar feliz assim como o santanense estava quando chegou à cidade o asfalto pela AL-220. Vamos ficar viciados com o desenvolvimento sertanejo e jamais chorar o cangaço das vacas mortas nos aceiros e nas estradas carroçáveis.

Viva Olivença!

OLIVENÇA (FOTO DIVULGAÇÃO)

 

 

 

    O OURIVES Clerisvaldo B. Chagas, 5/6 de janeiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.636   Já dissemos que a...

 

 

O OURIVES

Clerisvaldo B. Chagas, 5/6 de janeiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.636

 

Já dissemos que a Rua Antônio Tavares foi a primeira de Santana do Ipanema, após o quadro comercial. Apelidamos a via de Rua dos Artesãos, pois havia inúmeros deles. Artesãos que trabalhavam fazendo candeeiros, bicas (calha), sapatos, selas, sofás, colchões, malas, capotas... E assim, sucessivamente. Certa feita chegou à rua um preto alto e caladão e se estabeleceu na parte baixa, primeiro trecho da rua de quem vem do comércio. Logo ficamos sabendo seu negócio: trabalhava com ouro. O ourives logo demonstrou que entendia profundamente da arte, conquistando bela freguesia. Era um mestre! Fabricava várias peças de ouro, mas era muito procurado para confecções de alianças, cada uma mais perfeita do que a outra. Naturalmente ensinava o ofício aos filhos e um deles acompanhou fielmente a arte do pai: O cidadão Maurílio.

Um dos filhos do ourives dedicou-se ao futebol. Era muito bom de bola e chegou a jogar no Ipiranga. Parece que não tinha muita afinidade com a arte do pai. Minhas alianças de casamento saíram daquelas mãos bem treinadas. No desenrolar da vida, a família mudou-se de Santana.  Há bem pouco tempo parei de súbito em Maceió, na Rua Senador Mendonça ao reconhecer o artesão da minha juventude, Maurílio Ourives. Era ele sim: Preto comprido e fino, do mesmo jeito do passado.  Não ousei me apresentar e puxar conversa. Conversa para quê? O homem era sisudo igual ao genitor, poderia não querer saber de conversa. Uma placa indicava onde era o seu atelier. Maceió foi quem ganhou incorporando ao seu cotidiano, um artesão de altíssima qualidade.

É isso que os alunos gostam e aprendem no extraclasse. Visitar uma indústria grande ou simplesmente uma fabriqueta. Entrevistar um artesão demostrando sua arte, um museu, uma organização social... No caso do ourives que poderia ser um, quanto interesse despertaria no jovem com o encanto do trabalho! Poderia até depois querer seguir a mesma carreira do artesão ou entrar no ramo das joias ou no comércio das pedras preciosas. Isso foi o que conversamos ontem com amigos em visita. Uma avaliação da prática no ensino antigo e monótono de apenas entre quatro paredes. Pois o exemplo de hoje vai para o amigo Maurílio: brincos, anéis, alianças... A vida é uma joia animada.

Viva a vida!

Assim seja.

  SANTA QUITÉRIA Clerisvaldo B. Chagas, 3/4 de janeiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.635   Em Santana do Ip...

 

SANTA QUITÉRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 3/4 de janeiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.635


 

Em Santana do Ipanema, andando pela Rua Santa Quitéria, lembramos as caravanas do mês de setembro ao Santuário da Santa tão querida no sertão de Alagoas. A religiosidade do povo nordestino e sertanejo é impressionante. Nem precisa ser tempo de romaria para suas visitas de necessidade ou de cortesia, aos lugares santos. E mesmo ainda no início do ano, já escutamos pessoas falando em viajar até à vila de Frexeiras, bem perto da importante cidade de Garanhuns, no estado de Pernambuco. Existem as preferências pelos dias menos movimentado em Frexeiras pelos que querem mais tranquilidade. Outros preferem mesmo as caravanas de setembro e o Santuário lotado. Geralmente esses devotos vão por Palmeira dos Índios, subindo a serra das Pias, em direção a Garanhuns. De lá, mais quinze minutos até a vila, nos informa um devoto.

Santa Quitéria é uma santa portuguesa que resistiu às pressões de abandono ao Cristianismo. Terminou sendo decapitada. Após essa tragédia, mesmo com essa parte separada do corpo, caminhou até a cidade vizinha sustentando com as mãos a própria cabeça. Ali, no meio da rua, caiu e foi sepultada. Aqui em Santana do Ipanema, foi homenageada com nome de rua na margem direita do rio Ipanema, ainda no século passado. Era rua de ferreiro, artesão de bicas de zinco e da classe trabalhadora popular. Ultimamente, a sua região de saída para o município de Olho d’Água das Flores, está sendo chamada de Bairro Santa Quitéria. Não sabemos se oficialmente procede essa nova denominação pelo povo. Ganhou pavimentação e, no seu entorno, empreendimentos importantes, notadamente na AL-120.

Portanto, seus devotos vão a Frexeiras, pagar e fazer promessas, visitar o santuário repleto de ex-votos, distribuídos e bem organizado pelos administradores; Inúmeras peças do corpo representando as graças alcançadas, em madeira principalmente e em formas de fotografias. As paredes estão repletas de ex-votos e novas peças não param de chegar através da devoção dos seus romeiros. Da nossa parte, gostaríamos de conhecer o santuário e até agradecer uma antiga deferência da Santa para conosco.

Santa Quitéria, a santa portuguesa, foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses. Todos chamam a vila de Frexeiras, diferentes da cidade de Alagoas, Flexeiras.

Então, rumo a Frexeiras.

SANTA QUITÉRIA (IMAGEM DIVULGAÇÃO).