NO ALTO SERTÃO (II) Clerisvaldo B. Chagas, 10 de maio de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.882   Adentramos à ...

 

NO ALTO SERTÃO (II)

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.882

 


Adentramos à cidade de Maravilha, geograficamente um brejo de pé de serra e logo notamos a expansão e modernização da cidade.  Um antigo açude de minação que havia já na saída para Ouro Branco, estava todo urbanizado e se tornara um sofisticado ponto de encontro. E ali estava sua relíquia máxima: a serra da Caiçara, imponente, com seus mais de 800 metros, ponto turístico e hoje transformada em Reserva Ambiental. Muitas chácaras lá para cima, inclusive naquele momento iria haver uma reunião política em uma delas. Fomos direto a uma casa recuada do ex-prefeito, vice-prefeito e atual candidato a vice, Luizinho, que nos estava esperando para conversar. Uma figura ímpar, bem humorada e que fora meu aluno Conversas e mais conversas agradáveis, cervejinha para que ainda bebia e   altíssimos elogio do ex-prefeito à minha pessoa como professor e como escritor, o que me deixou sem chão.

Quando dali saímos contemplamos as estátuas de mastodontes distribuídas pela cidade, mas não procuramos o museu local onde estão abrigados fósseis daqueles animais encontrados nas pesquisas e escavações no município. Tiramos direto para o povoado Tapuio, pertencente ao município de Poço das Trincheiras com acesso pela BR-316. Ao passarmos nas imediações de uma estrada de terra que corta caminho para Maravilha, entre Maravilha e Poço, veio a lembrança da indagação que fiz ao nosso entrevistado de Ouro Branco com seus 86 anos. A estrada que corta caminho se chama Maria Morena. “Vamos por Maria Morena que a estrada está boa”, etc. E com tanta curiosidade sobre essa denominação (por ande tanto rodamos) eu achava charmoso o título Maria Morena, tanto que coloquei o nome de uma personagem de um dos meus romances de Maria Morena.

E com mais de 20 anos de curiosidade que estava já perdida, resolvi indagar e o nosso romeiro explicou: “Maria Morena era mulher alta, forte e bem morena que vendia cocada naquele trecho da BR-316”. Naturalmente tinha seu rancho na estrada de terra que lhe perpetuou a homenagem. Como é bom pesquisar!

Já era muito mais de meio-dia quando chegamos ao acesso do Povoado pocense, Tapuio. Uma estrada de terra de cerca de 5 km de distância da pista ao povoado.

Amanhã: No alto Sertão (III). Final da série.

       A IMPONENTE SERRA DA CAIÇARA, VENDO-SE ASPECTO DE MARAVILHA.
FOTO: MARCELLO FAUSTO

  NO ALTO SERTÃO (I) Clerisvaldo B. Chagas,9 de maio de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.881   Sábado próximo p...

 

NO ALTO SERTÃO (I)

Clerisvaldo B. Chagas,9 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.881

 




Sábado próximo passado, ainda “não tinha caído a ficha” à nossa recepção do dia anterior na Escola Estadual Prof. Aloísio Ernande Brandão (CEPINHA), quando partimos para o alto Sertão das Alagoas. Há mais de vinte anos tínhamos andado por aquelas bandas e que nem asfalto havia entre Maravilha e Ouro Branco. Acompanhado pelo escritor Marcello Fausto e Iran Siqueira, fomos direto coletar graças alcançadas através do padre Cícero para o livro “100 milagres Nordestinos – Inéditos”. Tempo agradabilíssimo em todos os lugares, temperatura amena, mato verde geral em nossa área de atuação. Passamos pelas cidades de Maravilha e Ouro Branco, um professor e escritor desta última nos serviu de guia até a chácara da pessoa procurada, no Sítio Serrotinho, imediações da urbe.

Ficamos felizes por encontrarmos grande expansão do casario e modernidade visível, nos chamando atenção a igreja reformada que ficou um “verdadeiro brinco”. Não deu para visitarmos a escola em que fui um dos fundadores, vice-diretor e professor por cerca de quatro anos. E partimos para a chácara, onde encontramos o grande devoto do padre Cícero, que sempre vai a pé ao Juazeiro todos os anos, desde a sua juventude. Hoje, com 86 de idade, o nosso amigo sabe tudo sobre Ouro Branco. Natureza verde, partido de palma para o   gado, cão na corrente no oitão da casa, couro antigo de raposa enrolado à parede e um banco pela-porco no alpendre, coisa que me deixou maravilhado e que ali fiz questão de me sentar, recusando cadeira moderna para também usufruir daquele objeto rude de craibeira confeccionado há 63 anos.

Anotamos duas boas narrativas, agradecemos e retornamos à cidade de Ouro Branco, após vários casos contados e ouvidos com atenção pela nossa equipe. Mais uma vez apreciando a geografia do lugar composto de areia branca, lajeados, e que possui o lajeiro- mor, ponto turístico preservado. Lanche e pneu na estrada rumo de volta, fomos dar em Maravilha, onde tanto passei meia-noite de volta as idas constantes às aulas em Ouro Branco. Nada pagava meu retorno ao alto Sertão, nada. A paisagem sertaneja que sempre me cativava desde criança, continuava exercendo em mim um fascínio sobrenatural diante da Geografia Divina.

Continuaremos amanhã esta série de 03 crônicas sobre o alto Sertão. Participe conosco.

IGREJA (FOTO: B. CHAGAS).

 

  RECEPÇÃO DE REI Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.880   Convidado pela dir...

 

RECEPÇÃO DE REI

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.880

 





Convidado pela direção da Escola Estadual Prof. Aloísio Ernande Brandão, estivemos ministrando uma palestra sobre parte da história de Santana do Ipanema (sexta pela manhã) cujo estabelecimento é parte consistente dessa história. Assessorado pelo Prof. e escritor Marcello Fausto, encontramos uma plateia atenta entre professore, alunos e funcionários em geral que muito nos impressionou. Aproveitamos para falar sobre o aniversário da Escola (31 anos) sua origem e sua localização geográfica formada pelo riacho Camoxinga a milhares ou milhões de anos. Falamos sobre os canoeiros do rio Ipanema, das cheias, das pontes, das praças e de todas as fotografias antigas que foram apresentadas em sistema de slides.

Aos 76 anos de idade, ficamos felizes com essa geração buscando conhecimentos sobre a terra em que nasceu, muitos deles jamais abordados antes. No decorrer da sessão de autógrafos e fotografias, uma senhora aproximou-se para dizer que era de Maravilha e que fora minha aluna. Pense na emoção! Confesso que não estava esperando, mas a longa fila formada após a palestra para autógrafos e foto com o palestrante foi um reconhecimento desses que não tem como a gente agradecer. E no final ainda uma recepção com lanche caprichado à base de galinha de capoeira, diretamente da fazenda da diretora e o tradicional xerém de milho: Uma delícia!...

 

Ôi pisa o milho

Peneira o xerém

Eu não vou criar galinha

Pra dá pinto a seu ninguém!...

 

Voltei tremendamente agradecido da Escola Estadual Aloísio Ernande Brandão. Aproveito para emitir frase da atual geração: É noite já “e a ficha ainda não caiu”. Ao deixar a Escola, passamos por outra, cujo diretor também quer fazer homenagem no mesmo nível. Dia grande! Amanhã, sábado, estaremos no Alto Sertão, na cidade de Ouro Branco, visitando membros da Associação dos Romeiros do padre Cícero, colhendo novos depoimentos para o livro “100 Milagres Nordestinos – Inéditos”. E Que estará chegando à casa dos 80% concluídos. Viajaremos com os companheiros Marcelo Fausto e Iran Siqueira, também devotos do homem. Foi uma recepção de rei feita pela diretora Elisângela.  Agradeço com todo coração e humildade.

PALESTRA NO CEPINHA (FOTOS: ALUNOS).