(Clerisvaldo B. Chagas -2.6.2008. 15 Horas)
Vive-se um boom de otimismo em Santana do Ipanema, Alagoas. A próspera cidade sertaneja iniciou um processo de saneamento básico típico dos países desenvolvidos. Certamente esse é um raro privilégio que nem todas as metrópoles brasileiras arvoram-se em possuí-lo. Naturalmente os benefícios serão inúmeros entre a faixa primordial da Saúde e os estamentos de ponta da Economia. 100% de saneamento urbano elevarão sem dúvida a qualidade de vida do santanense deixando o nascimento da vaidade à flor da pele.
Anunciam-se ainda na Rainha do Sertão, novos cursos superiores à distância; escola profissionalizante federal; universidade do estado e funcionamento do hospital novo, cujo prédio é um dos mais impressionantes do Nordeste. Coroando os incríveis empreendimentos, estariam previstos ainda cursos importantes da UFAL, tendo a frente o mais famoso de todos, o de Medicina.
Caso torne-se realidade o anúncio das trombetas, alguém poderá inquirir o porquê dos pés de barro na majestosa estátua de ouro. Não estou falando sobre o trânsito caótico e a falta de uma ponte sobre o Ipanema na antiga estrada Santana/Olho d’Água; nem sobre a infra-estrutura de pousadas, restaurantes e hotéis. Ainda não. Falo da feira mais imunda das Alagoas. Imundície que tem início na sexta à noite, quando o lixo já se acumula por trás das bancas cobertas de lonas pretas. No decorrer do sábado, encontram-se desde o papel, o plástico, a casca de frutas até as horripilantes cabeças de bois disputando com os cachorros às pernas e pés dos transeuntes. O lixo faz lama por trás das bancas e pela frente, dificultando as mesquinhas avenidas da feira de Santana. Uma lixeira é coisa rara. À semelhança das feiras medievais — entra prefeito e sai prefeito — a persistência da imundície, da ignomínia, do enjôo estomacal, continuam fora de controle sanitário.
Fluem comentários sobre a organização da feira de Senador Rui Palmeira; Enche a vista a nova feirinha do Tabuleiro em Maceió, após fase semelhante a nossa; dá gosto passear pelos mercados públicos de Fortaleza...
Quem será o prefeito herói ou a prefeita heroína que elevará a feira santanense dos tempos medievais para a fremente realidade ecológica do século XXI?
Não combina estátua de ouro com pés de barro.
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