terça-feira, 21 de setembro de 2010

UM RIO MACHO


UM RIO MACHO
(Clerisvaldo B. Chagas, 22 de setembro de 2010)
     Em janeiro de 1986, realizamos uma viagem de estudos e aventuras pelo rio Ipanema. Primeiro, saímos de Santana a pé, até a foz, em Belo Monte. Depois fomos de automóvel até as nascentes, em Pesqueira, Pernambuco, e de lá descemos também a pé, até Santana. Da primeira viagem participaram quatro pessoas: Clerisvaldo, João Quem-Quem, Benedito Pacífico e Wellington Costa. Em Batalha, o comerciante Benedito (Biu), retornou. Após três dias, chegamos ao destino. Quando fomos para a segunda viagem, o radialista Wellington, havia ido embora para Sergipe. Benedito, não quis enfrentar. Eu e João fomos levados às cabeceiras pelos santanenses conhecidos como Cecéu, Zé de Pedro e Ivan Caju. Dali, desci o rio com João Quem-Quem durante três dias. Foi assim que surgiu o livro “Ipanema, um rio macho”. Com as dificuldades de sempre, o livro ficou engavetado. Nesse ínterim, faleceram Wellinton e Benedito. Resolvendo agora desengavetar o “Ipanema”, vim a Maceió lapidá-lo e fazer orçamento. Não queria gerar expectativa como a História de Santana (que está quase saindo). Pensava divulgar a publicação após o acerto de prazo com a gráfica e a fixação do dia de lançamento. No seu manuseio, mostrei a uma pessoa daqui a figura de João do Lixo que numa foto está à porta do restaurante onde tudo teve início (página 30). Hoje, dia 21, vejo com surpresa sua foto no Portal Maltanet, que diz sobre o seu falecimento. Fui obrigado, então, a falar do que seria uma surpresa. João ganhou o apelido por ter trabalhado na caçamba de transporte de lixo da prefeitura local. Depois resolveu abrir um luxuoso restaurante à Rua Delmiro Gouveia, mas conservou o apelido no estabelecimento: “Restaurante João do Lixo”, o que causava estranheza aos visitantes. João era casado com Salete Nobre, pessoa de família tradicional e de alto gabarito aí da nossa terrinha querida.
     O livro “Ipanema, um rio macho”, é um documentário, um paradidático que complementa a história do município. Tudo, absolutamente tudo que você queria saber sobre o rio, está ali escrito. Dividido em três partes, na primeira o autor descreve a natureza, quando o rio é dissecado das nascentes a foz. Tabelas, fotos e mapas enriquecem o trabalho do leitor exigente. A segunda parte fala do social influenciado pelo Panema. A terceira é um diário de viagem detalhado que, tanto diverte quanto impressiona. Daria um filme muito bom. Para brindar ainda mais o leitor, apresentamos a peça teatral aconselhável para adultos: “Sebo nas canelas, Lampião vem aí!” A referida peça acha-se dividida em três atos e temos certeza que fará sucesso nos teatros do país inteiro.
     Publicar livros no Brasil, já dizia um escritor, é aventura. Com certeza esse livro pequeno, de apenas sessenta e duas páginas e trinta fotos, tornar-se-á um dos documentos mais significativos, procurado e pesquisado de Santana, juntamente como complemento ou não de “O Boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”. Para não esquecer, o compêndio traz a capa do artista plástico, Roberval Ribeiro e apresentação do escritor Marcello Ricardo Almeida. Malta e João do Mato, “Primo Vei”, estão convidados para uma articulação com UM RIO MACHO.


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