IPANEMA, UM RIO MACHO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 962
POÇO DOS HOMENS, NO RIO IPANEMA. |
As
últimas
chuvas acontecidas no Sertão alagoano, na verdade não acabaram com a seca. Os
serrotes que circundam a cidade de Santana do Ipanema foram ficando esverdeados,
como acontece sempre ao chegar o período natalino. Os pontos pálidos de verdes
vão aumentando a intensidade da cor e se espalhando pelos arbustos que estavam
pretos e esfoliados. Chega para a cidade um aspecto alegre quando seus
principais mirantes enfeitam-se como mulheres bonitas. Assim saltam aos olhos
de santanenses, pesquisadores e curiosos a variedade colorida do Cruzeiro,
serra Aguda, Gonçalinho, Pelado e serra dos Macacos. Começa, então, certo
atrativo para as pernas preguiçosas dos que desejam passear pela Natureza. Munido
de maquina fotográfica, caderninho de notas ou de objeto avançado das
tecnologias, o homem que gosta de pesquisas poderá encontrar prazer examinando
flora e fauna daqueles pontos.
O rio
Ipanema recebe
as últimas chuvas das trovoadas, mas, diferentemente dos serrotes circundantes,
acumula água suja, poluída, nos seus poços mais evidentes desse trecho urbano,
como Barragem, Juá, Homens e Escondidinho. Quem palmilha suas areias grossas e
encardidas registra a paisagem semelhante aos séculos passados, porém, sem os
bandos de pássaros que ali faziam pousada rumo das bebidas. Difícil, difícil
mesmo encontrar um animal que não seja domestico e, até mesmo temidas serpentes
é coisa rara. O povo não faz mais as cacimbas que abasteciam a urbe. O lixo,
principalmente plástico, toma conta das suas margens que continuam sendo
depósitos das inutilidades dos quintais. Aguardam-se novas cheias para outras
lavagens do que foi jogado no seu leito arenoso.
Não sei, não prestei atenção
se o mandacaru florou ou não para tirar dúvidas sobre o inverno desse ano. Mas
o rio periódico, cheio d’água ou de areia, faz parte da identidade dessa gente,
IPANEMA, UM RIO MACHO.
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