quarta-feira, 26 de junho de 2013

CABRA DE PENEDO



CABRA DE PENEDO
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de junho de 2013
Crônica Nº 1042

Não podemos afirmar que viver em república de estudante é bom e nem ruim. Conviver com outras pessoas em uma casa exclusiva em cidade distante, todos com o mesmo objetivo, é opção. As desvantagens e vantagens existem por todos os cantos e não seria diferente em república estudantil. Geralmente o estudante não tem dinheiro, vindo alguma verba dos pais. Tem-se uma sensação leve de liberdade, mas por outro lado não deixam de aparecer dificuldades, amarguras, decepções. Os objetivos parecem que estão por trás de montanha altíssima e para muitos não é a melhor vida do mundo e nem a pior. Ali o indivíduo há de se entender com os outros membros que sempre pertencem a outras cidades, cada qual trazendo o seu costume particular e os da origem geográfica. Em Maceió, moramos pelo menos em três lugares diferentes lutando por um futuro que começaria pelos livros e desembocaria nos vestibulares. Ali aparecem vários tipos humanos e o que resta depois é a experiência fora de casa que muito irá nos ajudar. Lembro-me de um cabra de Penedo que colocava os alimentos enviados pela família, em mala de cadeado, diferentemente dos nossos que eram divididos. Na vez de chupar laranja, ele pegava uma, fechava a mala e, quando surpreendido, afirmava: “Vitamina “C” não é não!”. Saía descascando o fruto, mas nunca o oferecia a ninguém. Um cabra peste!
O governo do estado de Alagoas nunca parece preocupado com o funcionalismo. Temos o problema dos precatórios em que os grandes colocaram uma pedra em cima e, o dirigente estadual não toca no assunto, não move um garrancho sequer em favor dos precisados, como se o assunto devesse ser esquecido pelo tempo. Não paga bem aos seus “barnabés” numa herança mesquinha, insalubre, escravocrata do passado canavieiro. Quando acena com um aumento é aquela porcaria que fica denominada “esmolinha”, pelos sofredores. Assim o estado vai se arrastando empurrado pela pança do “coroné”. Onde está o movimento das ruas. Onde está o SINTEAL que parece agonizante? Vez em quando uma notícia boa, mas para a situação do trabalhador estadual, só uma venda preta nos olhos do futuro. Em suma, o sangue da usina sabe das dificuldades dos funcionários públicos, quando “surpreendido” fala na vitamina “C”, mas não abre o cadeado sem ferrugem da mala do Tesouro. A mala abarrotada e infame, igualzinha a do CABRA DE PENEDO.

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