O
CANDIDATO E O ANUM-PRETO
Clerisvaldo B.
Chagas, 30 de julho de 2014.
Crônica Nº 1.229
Anum-preto. |
Outro passarinho
protegido, era o anum-preto. Medonho comedor de insetos derrubados pelos
bovinos levava ─ sem merecer ─ a fama de devorador de carrapatos e por isso não
era perseguido pelo homem. Entretanto, na raiva, pelo dia ser da caça, bem que
o caçador procurava descontar a frustração em cima do Cuculiforme cuculídea das
caatingas. Anum-preto não zombava como Zé Neguinho, mas parecia possuir uma
rede protetora invisível. Meter-lhe bala de peteca ou chumbo de espingarda,
somente matava de raiva o atirador. O bicho era tão difícil de ser atingido que
o povo caboclo do sertão repetia o ditado: “Quem
tem pólvora pouca não atira em anum”.
Estamos vivendo mais
uma fase de campanha eleitoral. Como mandar é bom e gastar dinheiro alheio
também, não faltam brigas de raposas pelas tocas idolatradas. Está cada vez
mais difícil cordeiro jantar com carnívoro canídeo, isto é, entrar no céu a
pulso como diz o povo.
Em Alagoas, concorre
a genética, pois nada muda entre os aspirantes ao continuísmo.
O ex-candidato a
governador Eduardo Tavares, ouviu muito bem o canto da sereia. O canto faz
esquecer as condições do barco. Sem ser ainda bastante conhecido para um embate
desse porte, o, então, candidato Tavares pelo menos mostrava ser bem intencionado
em relação ao nosso território. Alagoas precisa com urgência de um nome novo
com respaldo moral em garantia. Os donos da política, entretanto, não permitem
que o alagoano sonhe com o novo. Quem sabe se o nome tão esperado pelos
sofredores caetés, não seria o Tavares! Entrando pela porta errada e tendo que
recuar, Eduardo deixa o povo a vê os mesmos dentes afiados de sempre. Que
pena! O dito popular continua em voga: “QUEM
TEM PÓLVORA POUCA NÃO ATIRA EM ANUM”.
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