quinta-feira, 3 de setembro de 2015

QUEBRANDO AS BARREIRAS



QUEBRANDO AS BARREIRAS
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2015
Crônica Nº 1.483

QUEBRA-PEDRA. Foto (clerisvaldo).
Com muita dificuldade vai sendo mantida a tradição ameaçada da medicina popular. Inúmeras rezadeiras, guardiãs das curas das ervas naturais, partiram sem deixar substitutas. Poucas herdaram os conhecimentos de tantos anos acumulados na cabeça dos mais velhos. Nos últimos dias mesmo, notamos pessoas procurando rezador ou rezadeira contra mau olhado. Não encontrando mulheres, por sorte, ainda foram bater à casa de um cidadão que faz bem direitinho esse papel. Enquanto isso o rio Ipanema trecho urbano, é rico em ervas para as mais diferentes doenças. Infelizmente, abandonado pelas autoridades, o rio Ipanema, trecho urbano, passou a ser um lugar muito mais sofrido dos que os falados lixões das capitais.
Dentro de pouco tempo testemunhei à procura de quebra-pedra, para evitar cirurgia dos rins, vesícula e fígado; unha de gato, porca-parida e flor de catenga, tudo abundante no rio seco, em Santana do Ipanema, cada uma com sua função específica de cura. Entre os ingredientes para sanar o problema da asma, está faltando o cardinho que este ano está difícil encontrá-lo no areais do rio.
Muitas dessas ervas já eram usadas pelos indígenas, algumas pelos romanos da Idade Antiga e outras por outros povos da Mesopotâmia, por exemplo. Os laboratórios estão cheios de plantas conhecidas, em estudos no fabrico de medicamentos que irão ocupar as prateleiras das farmácias. Os índios, especificamente, tinham seus curandeiros, especialistas em distinguir os matos medicinais. Em nosso sertão, mulheres e mesmo homens, dedicaram à vida a esse belo mister do conhecimento que nos sustentaram através de séculos e gerações sucessivas.
Quanto mais nos aproximamos da capital, mas vão rareando as rezadeiras. Muitas vezes, a solução do seu problema está naquele matinho que nasce na sua própria calçada e você ignora. Enquanto isso vamos entrando na farra dos antibióticos e nos preços das caixetas que nos cobram.

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