GINÁSIO
SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de junho de 2024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.059:
Pois, vendo uma fotografia de concluintes do
Ginásio Santana do meu tempo, lembrei-me de fato interessante. O nosso
fardamento era tipo militar. Roupa cáqui. Calça cáqui mesmo, de polícia. Camisa
cáqui, tipo cáqui Henrique, que era mais fino e maleável, de mangas compridas.
A calça cáqui tinha um friso azul nas laterais. Além disso, uma gravata preta e
um casquete também de cor cáqui. Ora, para falar a verdade, esse fardamento não
era feio e mostrava-se até elegante. Comecei a ver isso a partir da quinta
série. Ora, com o tempo nós alunos fomos fazendo revolução. “Ninguém aqui é do Exército, não queremos
mais casquete. Casquete foi abolido. Mais à frente: “Não somos cobradores de
ônibus, não queremos mais gravatas. Gravata foi abolida.
Mais à
frente ainda: “O calor é grande, não queremos mais manga comprida”. Manga
comprida foi abolida. De novo mais à frente: “Não somos da polícia, não queremos
mais camisa cáqui. Camisa cáqui abolida. Passa a ser camisa branca, fechada,
mangas curtas. E por fim eliminamos a calça cáqui. Voltamos à “vida civil”. Que
escola maravilhosa! E os diretores foram se sucedendo. João Yoyô, Alberto Agra,
Eraldo Bulhões, padre José Augusto, Juiz Tavarinho, Adelson Isaac de Miranda,
Dr. Walter Guimarães. E assim sucessivamente – como dizia o prof. Ernande
Brandão – não pela ordem exata. Já pela parte das mulheres, sei apenas dizer
que o traje era blusa branca e saia azul-marinho plissada. Muito na frente
houve mudança, mas não dá para lembrar como ficou. Mas também as meninas
ficavam muito elegantes.
Sempre que chegava ao fim de um ano, as turmas
das antigas quartas séries, trabalhavam para o baile de formatura ou por uma
excursão, como a nossa que foi à Fortaleza pelo litoral e voltou pelo interior.
O Ginásio Santana da minha época de aluno era uma das melhores escolas de
Alagoas, reconhecida pela própria capital. Agora, tem também a parte
humorística com várias passagens registradas na mente dos hoje cabeças brancas.
Atualmente a arquitetura do Ginásio Santana
ainda impressiona porque todos souberam preservar o que era possível. É assim que
o antigo casarão de 1938, construído para ser hospital, virou quartel de
polícia e depois escola poderosa.
GINASIO SANTANA (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).
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