ATÉ QUANDO?
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de maio de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.237
Você
pode até ser mais um indiferente da capital. Um ser que estar desligado da
realidade do campo e até da sua própria realidade. Mas, se você estar
desconectado do campo, mas está atento ao que vai ter à sua mesa, hoje, ao supermercado,
ao preço das mercadorias e até na variedade dos gêneros alimentícios que a
redondeza tem para lhe oferecer. Porém eu lhe posso dizer que é do campo que as
mercadorias lotam os lugares de venda direta ou indiretamente. Fique atento nas
chuvadas do campo que elas podem melhorar ou piorar o estoque do dinheiro no
seu bolso. Por aqui, no Sertão alagoano, com essas primeiras chuvas, ainda que
sejam fracas, permitiram as primeiras arações de terras. E algumas, a maioria,
ainda na base do arado puxado a boi. Uma parelha de bois.
Há
muito que acompanhamos o homem do Sertão. É o sofrimento à base do arado
milenar. Uma parelha de boi puxando o arado, um homem segurando a ferramenta e
a guiando no revolver da terra e outro homem guiando a parelha de bois. Isso é
o dia inteiro, para um lado e para outro, para cima e para baixo. Quando os
bois são bem treinados, ainda, ainda, mas quando não, o sofrimento é maior. E
onde estar o trator, o mini trator? Onde estar a cooperativa agrícola. Onde
estão as associações comunitárias, que não se juntam para a compra de vítimas
dos coronéis, ferramentas do século XXI? Ah! Pode até ser bonito para quem
passa na estrada, mas para quem está no batente, ai, ai.
Como é
possível que a família sertaneja atravesse séculos ainda puxando um arado
movido a bois? Vejam os engenhos, antes puxados por tração animal e hoje na
maior tecnologia no fabrico do açúcar. E porque nós continuamos como os pairas
do mundo, vítimas dos dirigentes públicos, dos patrões, dos coronéis, da
ambição ou da indiferença de certas cooperativas que nada melhora dos seus
associados. Voltamos ou continuamos com o tempo de antes do Dr. Otávio Cabral e
sua Revolução na Agricultura.
Tinha
graça!
ARADOD
NO MUSEU (FOTO: B. CHAGAS).
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