quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SER POTÊNCIA

SER POTÊNCIA
(Clerisvaldo B. Chagas. 9.9.2009)

Para quem não sabe, a França é um país europeu desenvolvido e altamente industrializado. Já foi o centro do mundo. Apesar da localização além do Oceano Atlântico, a França também faz parte de América do Sul. É que a Guiana Francesa é vizinha do Brasil e faz parte do mundo amazônico. Cheia de histórias, a Guiana é um departamento (estado) ultramarino da França. Outros países e o Brasil tiveram no passado problemas com a Guiana. Pelo Brasil, foi resolvido um problema de fronteira através do famoso barão do Rio Branco. A Guiana representa um território de 86.504 km2 e tem como capital Caiena. Circula nesse departamento o Euro, moeda valorizada da Europa. Situada em lugar estratégico, a Guiana Francesa tem a pesca (com destaque para o camarão) e o extrativismo mineral (ouro e bauxita), como destaques na sua economia. Com população formada por crioulos e mestiços, esse departamento ainda exporta açúcar, mandioca, coco, banana, rum e madeira. Por causa do Euro, a Guiana atrai gente do Brasil e de algumas partes do Caribe, com ênfase para os que entram na ilegalidade.
Importantíssima é a parceria que o Brasil faz com a França. Para proteger as nossas riquezas, o Brasil acaba de comprar àquele país, 36 caças, 50 helicópteros e 5 submarinos, sendo um atômico. Assim o nosso país atualiza e reforça a Marinha de Guerra que há bastante tempo reclama do orçamento. O melhor de tudo foi à transferência de tecnologia, coisa que nenhum país faz. Ainda outra parte importante é que tudo será feito no Brasil gerando milhares de empregos e movimentando extraordinariamente as nossas indústrias. Essa parceria militar com um país poderoso e respeitado pelos Estados Unidos, certamente deixou os ianques irritados. O Tio Sam não quer abrir mão de ser a polícia do mundo, na ilusão de que tudo é para sempre. Destaca-se também a afirmação do presidente francês falando sobre o gigantismo e a potência do Brasil. Pelo visto, a França de Sarkozy — que também procura posição de destaque no mundo contemporâneo — tem visão mais aguçada do que os Estados Unidos, sobre a Índia, a China e o Brasil. Para quem pleiteia assento permanente no Conselho da ONU, não poderia o Brasil ter encontrado defensor melhor. Acostumado a dá pouco com a esquerda e levar tudo com a direita, os Estados Unidos devem estar boquiabertos, diante das diplomacias francesas e brasileiras. Todo império tem seu fim. Se o Brasil, ultimamente, já era visto como um gigante econômico e maior exportador de alimentos, agora será muito mais respeitado pelo mundo. Vamos entrar na discussão do pré-sal, riqueza para todos. E se já éramos uma potência econômica, poderemos chegar à potência militar. Não precisa briga com ninguém, basta SER POTÊNCIA.


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terça-feira, 8 de setembro de 2009

A SENTENÇA DO BEDEL

A SENTENÇA DO BEDEL

(Clerisvaldo B. Chagas. 8.9.2009)

A filosofia está em todos os lugares, seja clássica, seja popular. Sem conta são os ditados e provérbios do povo, passados de geração a geração. Convém dizer que os palavreados chegam com grande fundamento sobre qualquer assunto do dia-a-dia.

Havia em Santana do Ipanema, cidade sertaneja de Alagoas, um cidadão conhecido como Duda Bagnani. Baixo, caradura, irascível, fora soldado de polícia e depois passou a bedel do Ginásio Santana. (O Ginásio é uma escola cenecista fundada na cidade em 1950). Duda fazia a limpeza, abria e fechava o estabelecimento, sempre baseado na honestidade e no cumprimento do dever. Mas quando a “marvada” batia na goela do bedel, anunciava muitas aventuras que passavam a fazer parte dos contadores de casos de Santana. Ao beber, Duda ficava abusado e virava falso valentão. Com isso várias passagens divertidas foram narradas e serviram de rabiscos sobre o bode expiatório.

O Ginásio funcionava a partir das 19 horas. Por ali passaram dois diretores rígidos: Alberto Agra e Mileno Silva. Certa feita, o diretor chegou mais cedo e encontrou a escola fechada. Aguardou um pouco e nada do bedel aparecer. Homem sério e vivido, o dirigente manda um portador em busca do funcionário. Duda foi encontrado curtindo homérico porre etílico em sua residência. Após recado do portador, o bedel disse que não iria abrir a escola sequer para o presidente da república. O correio retornou com a resposta. Mileno Ferreira da Silva, o diretor, pediu, então, que o homem voltasse lá e trouxesse pelo menos as chaves. Duda novamente recebeu o recado e disse filosofando: “Diga a Seu Mileno que se quiser chave venha buscar. Seu Aberto que é seu Aberto não manda em mim, quanto mais Seu Mileno! Ora! Ora! Ora! Eu não digo que estou mole mesmo! Quem se abaixa demais o c... aparece”.

A resposta do bedel Duda Bagnani, é verdade, pode ter sido chula, mas o provérbio do povo contém extrema sabedoria. Não tem quem não conheça os que se especializam em infames atos de agrados excessivos aos superiores. Algumas pessoas denominam esses entes fracos de bajuladores, capachos e outras denominações conhecidas que recusamos a digitar. Ou esse tipo de gente sente um prazer profundo como o ato sexual, ou não sente nada. Quer dizer, em nenhum momento nota que está sendo ridícula. “Patrão, deixe que eu almoço pelo senhor”. “Quer ir ao banheiro? Precisa ir não. Fique aí no ar condicionado que eu vou em seu lugar”.

Conhecemos e usamos muitos adágios nos escritos porque admiramos a sabedoria do povo. Mas na época desconhecíamos a máxima levada para o Ginásio Santana. Ela merece reflexão para um policiamento dos nossos atos. Servir, mas servir com dignidade para não perder o respeito de si mesmo e das pessoas que fazem o social. Nunca descartar o seu brio, amigo, uma das coisas mais sagradas para o ser humano. Em qualquer situação na vida, não se acanhe em usar a chula e sábia SENTENÇA DO BEDEL.


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