sexta-feira, 2 de setembro de 2011

JÁ ERA!


JÁ ERA!
Clerisvaldo B. Chagas, 02 de setembro de 2011.

 Não foi somente a Venezuela que procurou distância dos Estados Unidos, embora continue vendendo seu petróleo àquela nação de cima. As tolices do senhor Chávez pelo menos serviram para alguma coisa, pois é preciso doidos no mundo em diversos lugares, por que eles também são úteis e, cada personagem, por pequena que seja, tem seu papel assegurado no Planeta com ordem predeterminada. Diz a revista britânica “The Economist” que o Brasil tem ocupado o espaço deixado pelos Estados Unidos na América do Sul, embora os americanos mantenham ainda sua influência e interesse vital na região. É claro que a influência americana continua, não só na América do Sul, mas em todos os lugares onde sua presença sempre foi forte através da via bélica. A revista britânica que lança seu artigo, aparentemente escrito de rotina, pode representar a preocupação da Inglaterra com a influência da parceira cada vez menor, por causa do seu interesse na região, principalmente sobre as ilhas Malvinas. Ela está enxergando longe, uma vez que o distanciamento americano (parceiro colado) poderá facilitar a perda das ilhas no futuro para a Argentina. A chamada “Guerra das Malvinas”, só teve o triunfo dos britânicos por causa da ajuda americana, principalmente por causa dos seus satélites espiões. Os Estados Unidos preferiram ajudar a sua velha parceira de que ficar ao lado dos americanos do sul. Daí a reportagem da citada revista, quem sabe, pode estar querendo despertar os Estados Unidos para apertar cabrestos e rédeas na região.
          Claro que os problemas internos, como diz a própria revista, foi afastando os Estados Unidos da América Latina. Mas a revista “The Economist” também não pode esquecer a influência da Inglaterra também na América Latina, na África e na Índia que foi através dos tempos sendo afastada e substituída pelas lideranças locais e mesmo pelos próprios Estados Unidos. Assim agora também acontece com o seu ocupante. A tendência do mundo, não somente na América do Sul (ou a conceituada revista não enxerga?) é uma posição de independência exterior, assim como o Oriente Médio, que terminará deixando os americanos e Europa totalmente de fora, num futuro não tão distante assim (não esquecer exemplos de Brasil, Índia e China). O texto analisa as relações entre os Estados Unidos e a América Latina e conclui que a política americana para a região tem sido prejudicada pelas disputas domésticas no Congresso americano e aberto espaço para outros atores. "O Brasil com frequência tem maior peso em grande parte da América do Sul", diz.
          E você Inglaterra, que já foi dona do mundo, para onde vai? E assim, o Globo que vai vivendo de “era em era”, fala como a nossa juventude, para Ingleses e americanos, JÁ ERA!

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

OS DEFUNTOS DO PREFEITO


OS DEFUNTOS DO PREFEITO
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2011.

           É meu amigo. O humor negro está por todo canto. Ninguém escapa das brincadeiras da Terra que envolvem o além. Certa feita foi o camarada que pegou carona na carroceria de um caminhão, numa noite escura. Começou a chover. Sem lona nem outra coisa para se amparar, o carona notou um caixão funéreo novinho no canto da carroceria. Não contou conversa e entrou no caixão. Adiante um grupo de pessoas pediu carona, o que foi concedido pelo condutor. Ao ver o caixão todos cismaram, mas era tarde. Dois três quilômetros adiante, o passageiro do caixão abre a tampa e vendo aquele povo pergunta: “Já parou de chover?” Foi um espanar de gente que virou horror saltando do caminhão em velocidade. Bem assim foi no cemitério de uma cidadezinha do interior. Havia muitos cajus maduros num cajueiro do cemitério, encostado ao muro da rua. Um amigo do vigia costumava jogar baralho com ele à noite, ali em cima das tumbas. Certa feita, ao terminar o jogo, foram tirar cajus para tomarem uma bicada. Colhidos alguns frutos, começou a conversa: “esse é meu, esse é seu”. Um bêbado, não tão bêbado assim, ia passando e resolveu descansar justamente sob a galhada do cajueiro que dava para a rua. Ao cair um caju madurinho na calçada, o vigia do cemitério disse para o amigo, quebrando o longo silêncio da noite: “O do lado de fora é meu!” Agora leitor, imagine o fiapo de carreira do “bebão” com os olhos acesos! Já no velório de um coronel que apenas estava sem sentidos, o falso defunto abriu os olhos, Ficou sentado derrubando flores e castiçais e dizendo: “Já cheguei do inferno!” Os gritos e as canelas enferrujadas fizeram sucesso numa tremenda corrida de rua!
          “Funcionários do Serviço Funerário da Prefeitura de São Paulo permanecem em greve. Cerca de quinze pessoas guardam o transporte de corpos de conhecidos para o cemitério. Houve muita conversa entre funcionários e a Administração, porém não se chegou à conclusão alguma. Velórios e sepultamentos foram marcados para a manhã de hoje, mas até agora não havia previsão de quando iria chegar alguém para levar os corpos para o cemitério”.
          Como se não bastasse greve de médicos, estudantes, professores e juízes, entram também na mesma ciranda os papa-defuntos de São Paulo, prejudicando a entrada das almas no céu, inferno e purgatório. Dizem que ninguém pode ir para o mundo sem estar legalizado, inclusive, portando CPF e atestado de óbito que os grevistas teimam em não expedir. “Sem documento na mão, não há salvação”, dizem faixas e cartazes das almas dos que já se foram. Se existe greve dos agentes funerários daqui, deve haver greve dos agentes de lá por causa da burocracia dos vivos, ora bolas! Assim não dá! Lá em cima não existe problema com salário, o que é o impasse na prefeitura do estado rico. Seria bom que as autoridades não brincassem com assunto de quem já morreu negando-lhes o direito de ser enterrado. Hã! Mas um impasse para o governo enfrentar: OS DEFUNTOS DO PREFEITO.





















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