terça-feira, 25 de outubro de 2011

O TOMBO DO MINISTRO

O TOMBO DO MINISTRO
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de outubro de 2011

           Como falamos do apego dos ditadores, vemos a mesma ansiedade nos ministros. Dilma não falou em tolerância zero, mas quis dizer mais ou menos isso, ao assumir a Presidência. Lula fez um ótimo governo, porém, não deixou de fazer ouvido mouco para várias denúncias que escandalizaram o país. Todos foram avisados pela presidenta que ela não toleraria o malfeito. E de fato vários caíram por suspeita de corrupção. Esses infames aceitam os cargos, se metem em falcatruas e pensam ainda que ninguém vai descobrir. A imprensa vai fazendo o seu papel, marcando em cima com denúncias fortes, robustas, contundentes. E quando a Imprensa é livre, honesta e investigativa, representa uma garantia sem tamanho para um país sério pela dignidade do seu povo. Mesmo assim ainda encontramos “respeitáveis” cidadãos no Congresso que ameaçam não votar nisso ou naquilo, por causa de medidas contras ladrões. Quem protege ladrão, qual o nome que recebe? Estamos colocando a palavra mais dura, sabendo, entretanto, que não existe rico ladrão. Rico, político são corruptos, pois a palavra soa mais agradável aos seus insensíveis ouvidos. Ladrão deve ser coisa de pobre, mesmo.
          O ministro Orlando Silva (Esporte) vive uma situação insustentável. Não que ele seja culpado ou inocente no caso da ONG. Pelo que se fala até agora, as provas contra Orlando vão se acumulando e desacreditando o ministro. Como ninguém pode dizer que o cidadão “A” ou “B” é culpado sem o pronunciamento da Justiça, o caso da ONG vai crescendo e engolindo espaço na mídia, deixando a cara exposta do ministro pelo menos até agora, como motivo de gozação. O homem por sua vez, vai tentando a frágil e ridícula tática de atacar o seu denunciante. Você está vendo, cabra velho, como é o apego desesperador ao cargo? Não parece direitinho um escudeiro de ditador? A primeira coisa de um homem  bem intencionado teria sido entregar a pasta imediatamente após as denúncias e exigir uma investigação rigorosa da Justiça. Apurados os fatos, caso fosse inocente, aí sim, seu nome estaria limpo e alguém teria que pagar por calúnia. Mesmo que Dilma aguarde mais um pouco, o ministro Orlando Silva já se encontra frito em caçarola grande. Não tem mais confiança de ninguém. Nem da presidenta, nem do povo, nem das entidades voltadas para a sua pasta. Quanto mais fala na televisão, mais ridículo parece.
          Ainda bem que o povo começa a despertar e fazer movimentos contra a corrupção no Brasil. Os abusos nos três poderes devem ser alvos de, talvez, uma “primavera árabe” à brasileira nessa terra de Cabral. A oposição diz que Orlando não se sustenta no poder. Depois de tantos diretos e socos no fígado, todos estão vendo que Silva não aguenta mais um round. Aguardemos O TOMBO DO MINISTRO.

















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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ABDULLAH CARA DE PAU

ABDULLAH CARA DE PAU
       Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2011

 A chamada “Primavera Árabe”, continua no pé dos ditadores, como cães caçadores de onça. No período comum da sua longa fase no poder, Ali Abdullah Saleh, parecia um homem calmo, simpático e elegante. Após o início dos apertos árabes pelo seu afastamento, o homem mudou as feições assumindo um ar de maluco e espantado que poderá mudar mais ainda. Que coisa terrível é o amor exarcebado do ser humano ao cargo que ocupa! Tanto um ditadorzinho de prefeitura do interior quanto um ditadorzão de qualquer país do mundo, aferram-se ao poder como as ideias fixas dos doidos. A primeira coisa que o prefeito pensa, é que a prefeitura é dele para sempre, com papel passado e tudo. Assim, diante de tanto dinheiro do povo aos seus cuidados, das mordomias inerentes e da vassalagem de outros fracos, rouba tudo que pode pela ganância extremada e manda matar os que representam ameaças ao seu cargo de amor perpétuo. No caso de Ali Abdullah, mesmo sabendo que as arrogâncias de Sadam, terminaram num buraco como um rato e, Khadaffi, em outro buraco cheio de lixo, Abdullah parece também delirar, como se essas coisas não podessem acontecer a sua fina seda.
             Com a repressão ao povo do Iêmen que pedia a sua saída, Ali fez a mesma coisa do colega de poder, massacrando a massa em praças públicas e ruas do seu país. Saleh governa a sua nação desde 1978, desafiando ultimamente, levantes populares, tentativa de assassinato e desafios a generais em nove meses de protestos. O danado passou ainda três meses no exterior como se fosse para tratamento médico, mas segurando o osso com as duas mãos e os dentes. Nesta segunda-feira, o ditador aceitou um resolução do Conselho de Segurança da ONU, para transferência do poder. O que não foi divulgado, é se essa decisão por parte de Ali, é verdadeira ou representa apenas mais um dos seus truques para permanecer no trono. De qualquer maneira, nota-se um impulso nos países vizinhos ao Golfo contra a ditadura que vai forçando uma varredura pela região. Seguindo o ditado popular, “quem não quer coado, vai beber com pó e tudo”. Não esquecer que Saleh já havia rejeitado um plano mediador árabe por três vezes seguidas.
             Interessante ainda é que os que apanham com frequência, não querem se libertar da chibata. Apareceram mulheres iemenitas, com cartazes a favor do poderoso. Com véu obrigatório, sem direito a uma porção de coisas já conquistada por mulheres de outros países, as iemenitas continuam sem ver o Sol; e como só conhecem as sombras da caverna, levantam desenhos aos ditador. São muitos os ajeitados propostos para que o homem deixe o poder sem sofrer nem com uma unha, apagando-se até seus absurdos. De um jeito ou de outro, o mundo vai ficar sem outra forte erva daninha. Mas enquanto a estátua de madeira não tomba, podemos apreciar nos jornais o seu amigo ABDULLAH CARA DE PAU.


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