sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ALGUÉM SOLTOU O CÃO

ALGUEM SOLTOU O CÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de outubro de 2011
           Estava no comércio quando pude constatar o medo embrulhado das pessoas. Em um dos estabelecimentos de Santana do Ipanema, todos agitados. Nem procurei saber o motivo. Os funcionários mesmo comentavam o assalto à agência dos Correios, na cidade de Jaramataia. Todos estavam nervosos e revoltados, apesar de haver uma viatura estacionada defronte a Matriz de Senhora Santa Ana. O caixa olhava constantemente para a rua, como se os assaltantes daquele tão distante lugar fossem invadir a porta larga a qualquer momento. Mais adiante não se falava em outra coisa. Noutra loja, disseram que a porta dos fundos já estava aberta para uma carreira prevista pelos que trabalhavam na retaguarda. Os comerciantes e o povo em geral, estão se sentindo abandonados pelo poder público. Ninguém tem mais segurança nenhuma na cidade sede de um batalhão de Polícia Militar. Assaltos viraram moda e rotina e já tem gente apostando em dia sem assalto em Santana. Joalheria, loja de eletrodomésticos, mercadinhos, farmácias, são os mais atingidos pelos bandidos que nem querem usar mais máscara porque a impunidade reina.
          Nas praças, os constantes dali vão comentando a boca miúda, quem são os possíveis bandidos que metem medo à pulação indefesa. Mas ninguém prova nada. Ninguém quer compromisso cidadão. E se os marginais acertaram à casa do seu desafeto, ainda existe o disfarçado prazer no comentário. O nervosismo geral é justamente pela grande sensação de impunidade. Quando a noite vai se aproximando, as primeiras lâmpadas acesas parecem cutucar o medo com vara curta. Alguns comerciários já estão treinando o assalto sem desmaios. Outros praticam a caminhada para uma oportunidade de descuido na hora do pega. Os transeuntes se perguntam como chegamos a esse ponto. Parece até que toda a juventude virou bandido. Será que ninguém quer mais trabalhar? Uns falam que são as influências das drogas; outros dizem que são os exemplos da televisão e outros ainda apontam a miséria como fonte principal. Seja qual for o motivo, todos estão acuados com essa bandidagem que parece não ter fim. É de se acreditar que os anjos estão amarrados e que ALGUÉM SOLTOU O CÃO.


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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

FIRMEZA

FIRMEZA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2011
            Uma das coisas ruim para qualquer pessoa é a tibieza. O povo costuma colocar apelidos os mais diversos em indivíduos que não têm ação. “Fraco”, “banana”, “medroso”, “Quincas”, “bosta”, “cabra de peia”, “coitado”, “Mané” e outros mais que a mente popular engendra. Quando a coisa parte de uma pessoa comum, fica assim mesmo. O cabra é “fraco” e fica malvisto. Embora ele não sinta, a comunidade o despreza. O tal não sente porque todos continuam a falar com ele normalmente, pois não se trata de um bandido, porém, o valor não passa de um tostão furado. Quando se mete em política, acontecem coisas piores. Não se admite em política um homem “fraco” de maneira alguma. Quando ele fala é mentira. Quando acerta com um, não cumpre. Burla a boa fé. Acerta com dez e foge dos onze. Precisa-se dele, mas ele não serve. Não tem palavra, não faz benefício. Esse já está frito e não sabe! É olhado e comparado a “cachorro” e ninguém, absolutamente ninguém o aponta com o dedo positivo. O que pensa sua mulher, filhos, família, sobre ele, confesso que não sei. É melhor ser ruim ou bom, mas firme O tíbio é cuspido.
          O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, “disse nesta quarta-feira (26) que o Brasil tem a oportunidade de tomar passos importantes e de passar de um país que se abstenha para um país que atua”. Essa declaração refere-se às recentes abstenções do Brasil. Quando a coisa aperta, nossos representantes costumam apelar para um direito que existe: a abstenção. Foi o caso da ONU sobre conflitos na Líbia e Síria. Sempre achei feia, desde os tempos de estudante, a atitude da abstenção. Seja ou não seja, estude bem antes e defenda seu ponto de vista, agrade ou não agrade, acho que é assim que deve ser. Como você pode voar mais alto se os seus atos são insignificantes e mesquinhos? No caso das votações, a abstenção é um direito sim, mas não se deve abusar do seu refúgio, pois você perde a credibilidade de ambos os lados da questão. Falando sobre o Brasil, ele não pode se comportar como o “Mané”, o sem valor da política local. Para atingir o ponto procurado é preciso ousar com resolução e argumentos, pois, ninguém, nem ontem nem hoje em qualquer lugar do mundo respeitou o “banana”.
          A gente fica preocupada quando chegam estrangeiros por aqui dando lições. E lições de estrangeiros vão doendo mais ainda, principalmente se for da classe de embaixadores e de outros semelhantes. Porém, não custa nada fazer que não se ouve, mas tomar a lição se for proveitosa. Quanto à opinião de Shannon sobre um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, parece ser apenas o que ele representa: embaixador. Está aí para dá o recado que “papai” mandou. É bom refletir, péssimo se não aprender a lição, um desastre se continuar sem FIRMEZA.

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