COLÔMBIA E VENEZUELA             Clerisvaldo B. Chagas, 29 de novembro de 2011   Finalmente sai alguma coisa de útil da boca do dono da Ve...

COLÔMBIA E VENEZUELA

COLÔMBIA E VENEZUELA
            Clerisvaldo B. Chagas, 29 de novembro de 2011

 Finalmente sai alguma coisa de útil da boca do dono da Venezuela. A Colômbia é o maior aliado dos americanos na América do Sul, enquanto a Venezuela é justamente o contrário. As declarações polêmicas de Chaves contra os Estados Unidos podem ser olhadas como uma busca bizarra de notoriedade mundial. O anonimato incomoda muita gente, por isso algumas pessoas procuram aparecer diante da mídia de qualquer maneira. Não encontrando lugar na extensão da ceia larga, faz o papel de estafeta de notícia ruim. Depois de tanto tempo do caudilhismo na América Latina, vivemos na região, no geral, um clima de união e respeito. Quando as aventuras do nacionalismo exacerbado subiam à cabeça da liderança, lá vinham confusões, uma atrás das outras, entre as nações irmãs. Assim a América meridional não progredia, vivendo sempre no atraso do analfabetismo crônico e na pobreza extrema. Alguns órgãos criados nos últimos tempos entre essas nações foram estreitando os laços de amizades, despertando consciências, mostrando que o nosso inimigo comum era apenas o atraso e não o presidente vizinho.
          Para quem brigava como gato e onça, Colômbia e Venezuela, pelo menos por enquanto, vão gozando uma nova fase que é a do entendimento. E se comemoram juntas a prisão do chefe do tráfico da região, é melhor ainda. A droga saída da América do Sul acabou, no modo de dizer, com a juventude americana, assim com está acabando com a juventude brasileira. Segundo notícias, “o traficante colombiano Maximiliano Orozco, de 39 anos, conhecido como Valenciano, foi detido na noite de domingo na localidade venezuelana de Valencia, disseram Juan Manuel Santos e Hugo Chávez durante uma reunião em Caracas”. Não saiu, porém quem embolsou a recompensa pelo indivíduo, estipulada em US$ 5 milhões. Valenciano é acusado de embarcar várias toneladas de cocaína para os Estados Unidos. Serviam de ponte a Orozco, quadrilhas especializadas igualmente a mexicana Zetas. Com a prisão do homem na Venezuela, antes acusada de dá cobertura a esse tipo de gente, houve troca de figurinhas entre Santos e Chávez.
          “Jamais permitiremos a violação da nossa soberania por qualquer grupo ou pessoa, sejam traficantes, guerrilheiros ou paramilitares”, foi isso que disse de utilidade o presidente da Venezuela em entrevista coletiva ao lado de Santos em Caracas. Diante de tantas declarações esdrúxulas e fuleiras, essa última representa um equilíbrio que o senhor Chávez não costuma utilizá-lo. Desconfiados iguais a burros de pestanas brancas, aguardemos as relações futuras entre COLÔMBIA E VENEZUELA.






REZE POR ELES Clerisvaldo B. Chagas, 28 de novembro de 2011   Você gosta de areia? E praia? Conforme o momento e o lugar, a areia tanto ...

REZE POR ELES

REZE POR ELES
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de novembro de 2011

 Você gosta de areia? E praia? Conforme o momento e o lugar, a areia tanto serve como atrapalha. Quem ainda possui o hábito de ir a Juazeiro, caminhando, partindo de pontos longínquos do Nordeste, sempre vence léguas das grandes sobre areia que emperra a caminhada. O romeiro vai a pé, cortando caminho, na tentativa de romper a distância que faz parte da sua devoção. Já sabe dos riachos secos, dos areais, das longas e medonhas travessias que metem medo nos mais fracos. Bem dizem os cânticos que descrevem os sofrimentos dos que procuram espantar os males visitando a Meca brasileira. Antes ainda havia a fartura da caça, quando animais os mais variados cruzavam as estradas, os caminhos, as veredas. As alpercatas de rabicho, as sandálias de dedo e até os pés calejados, saíam copiando as vitórias a cada etapa vencida. Havia também o caminhão pau de arara aonde se compartilhava a solidariedade com maior rapidez.
          No caso dos romeiros a areia fazia parte do ritual do merecimento. O indivíduo creditava o sacrifício em seu favor na hora de fazer os seus pedidos ao padre Cícero Romão e, mesmo após a sua morte, em 1934, à igreja do Socorro, ao horto, a sua imagem descomunal ou às moitas dos caminhos, aonde paravam para as orações. E se o sertão, antes, era um deserto de gente, hoje é um deserto de bichos e de pé de pau. A farinha seca com rapadura, banana e queijo dos bornais, foi ficando apenas na lembrança dos mais velhos que gostavam de contar as suas aventuras. Foram surgindo explorações às margens das rodovias asfaltadas, desviando antigas rotas com os romeiros à moda renovada.
          A areia da praia também continua a mesma, porém, os mares carregados de lixo, óleo dos navios e esgotos urbanos, não permitem mais o orgulho do velho sonho da casa de praia. Ou você parte para lugares ermos ou fica somente esquentando a pele, com medo danado de pegar uma hepatite, se pular na água, um câncer de pele se permanecer na areia. Você não tem mais o Sertão pleno, nem as praias da felicidade. Tiraram tudo, tudo.
          Bendito os que colocam areia em sua vida. São os indicados para as provações que lhe deixarão no alto. REZE POR ELES.