quinta-feira, 12 de abril de 2012

ESCOLA DURVALINA

ESCOLA DURVALINA
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de abril de 2012.

 Propositadamente reservei esse trabalho para o segundo horário, devido a certa atividade na Escola Durvalina Cardoso Pontes, Bairro São José, em Santana do Ipanema, Alagoas. Estive às 10 horas de hoje (12) naquela unidade para ser homenageado como “Escritor Símbolo de Santana do Ipanema”. Alunos e professores haviam trabalhado a semana inteira sobre as minhas obras publicadas, escolhendo com ênfase o conto “Carnaval do Lobisomem”  como ponto central de suas atividades. Encontrei uma escola limpa e organizada, o que me causou espanto (coisa não tão fácil de encontrar) por aí. Satisfeito com o que via, pois dava impressão de coisa de primeiro mundo, fui recepcionado pela diretora Elza Clemente da Silva Ferreira e a coordenadora Naireinan de Carvalho Alves Rodrigues. Visitamos todas as turmas, dialogamos com elas, matando a curiosidade dos alunos e os estimulando à escola e ao estudo. Tudo era acompanhado pela filmagem do senhor “Paulinho Fotografias”, numa ordem perfeita e elegante.
          Descobri, com grata surpresa, que as professoras da Escola Durvalina, quase todas, haviam sido minhas alunas. À semelhança da Escola Sônia Pereira ─ que me prestou homenagem semelhante ─ sobrou carinho, respeito e agradecimento. Em seguida fui conduzido ao pátio da escola onde cartazes com poemas, referências e fotos enalteciam o autor e seus trabalhos. Após as homenagens feitas por alunos e professores, veio uma entrevista inteligente, onde os alunos perguntavam tudo o que queriam sobre o escritor. Pacientemente eu voltava à minha infância e respondia com acréscimo para estimular aquela geração de cabecinhas no futuro.
           Ali estavam as professoras Cleonoura, Eliãna, Elane, Maria do Rosário, Elizete, Francelina, Vanúzia, Lúcia, Maria Casilda e o professor José Senaldo, além do vigia, merendeiras e serviçais, que não houve tempo de coleta dos seus nomes.
          E quando a gente pensa que o mundo acabou fruto de tanta ingratidão, chega um novo reconhecimento, tão bonito e carinhoso como o poema que nos enaltece que a professora e ex-aluna Maria do Rosário Souza de Lima, nos entregou. Sou muito duro nos pronunciamentos, mas emotivo, mole e lacrimoso com tanto carinho recebido. Obrigado aos que fazem à Escola Durvalina Cardoso Pontes. “Carnaval do Lobisomem” breve estará na praça, na Emancipação Política do Município, levado pelos que fazem esta maravilhosa escola. Vou tentar driblar o Maceió, para me fazer presente. Obrigado! Mas obrigado mesmo à ESCOLA DURVALINA.





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quarta-feira, 11 de abril de 2012

JOÃOZINHO

JOÃOZINHO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de abril de 2012.
Nº 753

 Quando rapaz, ouvi muitas anedotas sobre Joãozinho, um guri imaginário, safadinho, indiscreto e sabido, símbolo de histórias de garotos medonhos. Toda piada em que menino se saía bem, o personagem chamava-se Joãozinho. Como exemplo, lembro aquela em que toda vez que o Joãozinho chegava à bodega do português, enviado pelo pai, pedia, entre outras mercadorias para colocar no livro de fiados, o papel de “alimpar c...”. Quando a bodega estava cheia de senhoras o português ficava morto de vergonha. Assim mais uma vez procedeu o garoto. O português chamou o Joãozinho e o orientou: “Meu filho, não se diz papel de alimpar c... É feio. Diz-se assim: um rolo de papel higiênico”. Joãozinho ficou agradecido e disse que dali em diante iria falar de modo correto. Uma semana depois, novamente a bodega estava repleta quando o português avistou o garoto se aproximando e ficou arrepiado. Mas Joãozinho chegou e disse quase gritando: “Seu Manoel, pai disse que mandasse um rolo de papel higiênico”. O português suspirou aliviado e, com toda a satisfação do mundo, cortou a fila, fez questão de embrulhar o produto e despachar a criança, primeiro. Joãozinho saiu frajola e assoviando. Seu Manoel, então, se lembrou de perguntar ao menino: “Joãozinho, é para colocar na conta?” O menino respondeu do meio da rua: “Não senhor, é para passar no c...!”.
          Notei, durante a semana, recordando o passado, que Joãozinho cresceu e ocupa os mais diferentes lugares da sociedade. Estava lá nos Estados Unidos, acompanhando a presidenta Dilma em seus pronunciamentos. Com outras palavras, dizia a presidenta, que mesmo tendo feito parceria com os Estados Unidos, uma nação não era obrigada a acompanhar a outra em tudo, porque ambas eram diferentes. “Não somos Joãozinho de um passo só, um passo certo, ou errado”, dizia Roussef”. Era uma clara advertência à nação belicosa do norte que não concordamos com tudo que ela faz.
          E Joãozinho, personagem lendário da esperteza de um Pedro Malazarte, um Cancão de Fogo, da imaginária e clássica literatura de cordel, ilustrava sem pudor as palavras da presidenta. Joãozinho, você é demais! Brasileiro verde e amarelo das ruas poeirentas do interior, da periferia migrante das grandes cidades do Brasil. Que alegria reencontrá-lo nas altas esferas, meu garoto sertanejo! Minha admiração, você é demais, JOÃOZINHO!







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