quinta-feira, 26 de julho de 2012

SENHORA SANTANA


SENHORA SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2012.
Crônica Nº 829

Senhora Santana
Foi encerrada a maior festa religiosa do Sertão alagoano, na cidade de Santana do Ipanema. Daqui de Maceió imagino a grandiosidade do encerramento desse tradicional novenário católico que atrai multidões. Tudo tem início no dia 17 de julho na fase mais exuberante do inverno regional. É um festejo realizado geralmente sob chuva e frio intenso que caracterizam a época. Infelizmente a data não pode ser mudada porque ela faz parte do calendário mundial dessa homenagem.  Todos os lugares, cuja padroeira é Ana, comemoram no dia em todas as partes do globo. Como os santanenses pegaram o tempo de chuva e frio, nada podem fazer por esse lado, mas compensam esquentando com a fé e a presença os movimentos da Igreja. Pessoas dedicadas ornamentam a Matriz que, também bastante iluminada externamente, até à torre, torna-se duas vezes o cartão postal da cidade. O relevo acidentado de Santana permite belíssimos cenários vistos dos arredores mais altos e distantes, tanto pelo dia, quanto pela noite quando as luzes da torre formam bonito chamariz.
As promessas pagas à Padroeira ocorrem em qualquer um dos dias do novenário. Chegam pessoas até de estados mais distantes, como do Centro-Oeste, por exemplo, para agradecimento de uma graça alcançada. Mas, são vistos vários fiéis, principalmente mulheres andando sem calçados, na imensa procissão que ocorre no dia de encerramento. É muito emocionante a participação no meio do povaréu piedoso dos sertões. O principal cântico de louvor à avó de Jesus, chamada carinhosamente de Senhora Santana, possui letra e melodia de muito bom gosto, que vai penetrando na alma de cada ser que acompanha com fé essa extraordinária louvação. O cortejo é feito percorrendo ruas, avenidas e bairros da cidade, diferente do início quando a imagem vem dos sítios mais distantes para a sua Matriz. Muitas e muitas vezes Senhora Santana parece intervir no tempo, fornecendo confortador estio durante o percurso da procissão. Feriado na cidade, uma tarde divina sob os céus de Santana do Ipanema, para tirar o enfado do trabalho costumeiro.
A Festa de Senhora Santana é marco importantíssimo do povo católico da minha terra. Uma injeção forte de ânimo para a continuação do labor diário. A tristeza da festa cheia de tantas atrações, só aparece quando alguém por algum motivo não pode de maneira nenhuma está presente ao evento. Parabéns a “Rainha do Sertão”, parabéns à SENHORA SANTANA.





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A MORADA DOS DEUSES


A MORADA DOS DEUSES
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2012.
Crônica Nº 828
Monte Roraima em tempo limpo. (Fonte Wikipédia).

Muito bonita a reportagem na televisão sobre o Monte Roraima, localizado na tríplice fronteira Brasil, Venezuela e Guiana. Localizado na serra de Pacaraima, o monte representa uma formação rochosa de 2.739,30 metros de altitude. Imagens de expedição feita naquele lugar mostram a pujança incrível de um início calculado em mais de 2 bilhões de anos. Os continentes ainda nem havia se separado e lá estava o Monte Roraima, topo diferente, com cerca de 90 km de planura. Possuindo o fenômeno das “Águas Emendadas”, funciona como caixa d’água, fornecendo o líquido precioso para os três países, à semelhança da Serra da Canastra, em relação ao rio São Francisco e outros da região. Notamos o profundo respeito e cuidados dos povos que habitam suas proximidades no trio de nações citadas. Quando os indígenas falam de religiosidade e cuidados com o monte falam também de Ecologia. Os benefícios são mostrados e também possíveis catástrofes se houver uma interferência desastrada naquele santuário. Os guias indígenas se sentem pequenos e como se tivessem em outro planeta, com a sensação constante que o Monte Roraima está vivo e atento.
Flora e Fauna do monte representam riqueza. Além das sábias instruções dos índios da região, uma lenda sobre o lugar se destaca. Contam que a região era plana e tinha muita fartura, até que um dia surgiu uma bananeira, planta estranha para todos. Os pajés foram avisados por recado divino que ninguém poderia tocar naquela árvore. Tempos depois a bananeira foi cortada e veio à revolta dos deuses. Raios e trovões espantaram as caças, deixando todos apavorados e, do centro da terra surgiu o Monte Roraima que ficou naquelas alturas. Essa lenda vem dos índios que habitaram a região, chamados Macuxi. Dizem que até hoje o monte chora com a violação do passado.  Na Venezuela, os índios chamam “mãe das águas” à região com o conjunto de cachoeiras. A crença local é que ali moram os deuses que cuidam da Natura. Mesmo as pessoas de outros lugares que chegam ao monte ficam com a mesma impressão de mistérios profundos que envolvem toda a área.
No Brasil, foi criado o Parque Nacional do Monte Roraima, pelo presidente Sarney, em 1989. No estado de Roraima, o parque é administrado pel Institituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Na Venezuela é Parque Canaíma. Para quem gosta de aventura pesada e misticismo está aberta a visitas A MORADA DOS DEUSES.
  








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