quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BOA SORTE



BOA SORTE
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2013.
Crônica Nº 1059

Com muito sono e enfado pelas notícias do mundo, vamos deixando passar em branco a crônica do dia 31 de julho. Encolhido com a frieza do mês que mais chove no Sertão, desejamos ficar naquela dolência costumeira que aponta para a cama. Os céus capricharam na sequência de chuvas, ultimamente, como se estivessem compensando a falta do início da estação. O mês de junho trás festas todos os dias, frieza e chuvas, mas não a carga pluviométrica do companheiro julho. Nesse mês emendam-se por aqui festas e mais festas intermináveis sob o derrame das nuvens cinzentas. Algumas, como os festejos à padroeira, não podem ser mudadas para tempo seco porque faz parte de calendário marcado pela Igreja no mundo inteiro. Santa Ana é comemorada sempre na mesma data onde quer que seja o seu reinado. Temos procissões de gente e de carros de boi (introdução recente) que enfrentam o tempo chuvoso e friorento do simpático mês de julho. E mesmo chegando à umidade com atraso, o homem do campo não irá perder por completo o que planta e cria.
Chegou agosto, prolongamento de chuvas em nossa região sertaneja alagoana. Os quinze primeiros dias, tradicionalmente, são de frio intenso, mais do que o de julho. Muitas vezes o agricultor perde a lavoura de feijão e milho por causa do frio e da lagarta que serve de inspiração ao político devorador. Outras vezes as chuvas e o frio vão se esticando até o término do mês dos cachorros doidos, da péssima pescaria, dos vaticínios desabonadores. Ultimamente têm penetrado até no mês mais seco do ano, outubro, numa prova substancial que tem coisa acontecendo com o clima do planeta. Mês de agosto é mês comprido onde o salário do trabalhador encurta. Não são poucos os que se arrepiam ao bater o primeiro dia da coleção. Os que têm fé, entretanto, acham que todos os meses são iguais e que a mão do Criador age sempre com presteza. Não temos festa esse mês e nem feriado à vista, portanto, façamos como a história do cigano ao montar no corcel bravio: “segure nas quilinas”. Estamos no mês de agosto, o mês do desgosto, do encosto, da lágrima no rosto, mas também de um sentimento profundo pelas providências divinas. Vamos contar somente coisas boas para levarmos a soma à primavera. BOA SORTE!

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terça-feira, 30 de julho de 2013

LÁGRIMAS NOSSAS



LÁGRIMAS NOSSAS
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2013.
Crônica Nº 1058


O Gigante Amarelo. (Foto Governo).
Certa feita, fizemos uma comparação aqui sobre a construção do Estádio Rei Pelé, em Maceió, e o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, em Santana do Ipanema. Acompanhamos a construção do Rei Pelé no Bairro Trapiche da Barra, dentro da pobreza que havia e aguardamos o passar do tempo para encarar os benefícios da construção na localidade. Nada feito. Tirando a magnífica obra, o entorno continuou no seu quadro bucólico de senzala. Previ o mesmo com o futuro surgimento do hospital em Santana. Não deu outra coisa, passados alguns anos da sua inauguração. No sábado passado, pesquisando e fotografando a cidade para um presente inédito ao santanense, fui até ao “Gigante Amarelo”, para uma fotografia inédita que me contemplasse a estrutura completa. O prédio é um mundo inteiro, inclusive com uma parte mais baixa, nos fundos e fica impossível uma foto completa, a não ser por via aérea. Na hora de olhar a placa para anotar a data de inauguração (dizem que o hospital foi inaugurado duas vezes) ninguém deu notícias para aonde havia ido o objeto que deve ter dado uma carreira imensa para as bandas da serra Aguda, ao ser pesquisado. Voltei sem a preciosa informação.
O entorno do “Gigante Amarelo” continua no mais perfeito descaso. Não se tem como não comparar as áreas das localidades Cajarana, Conjunto Marinho, Santa Quitéria e proximidades das Tocaias, com o Haiti. Um abandono total onde reinam o descaso e a miséria. A lama dava no meio da canela e só consegui passar em vários lugares, pela força de moto de aluguel que me cobrou bem caro para rodar no inferno de Santana. Ao conversar sobre o assunto com figura importante da cidade, recebi como resposta: “Bem feito, porque o povo dali foi votar em ciclano e beltrano”. É essa mentalidade que ainda permanece viva em muitos que se metem na tal política. E Como fora previsto por nós, o “Gigante Amarelo” reina sozinho em meio à miséria absoluta de uma banda do Bairro Floresta, onde nasceu. O descaso continua e ninguém sabe até quando. Por ali aparecem marginais perigosos que assaltam a mão armada, cobram pedágio à noite e formam suas quadrilhas que brigam com outras de bairros mais distantes. Mas o que poderia sair de bom na miséria revoltante que caracteriza o entorno do Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo? É de se chorar de impotência no cruzar sofrido de Santana. Enquanto isso, a Praça dos Ricos, no Bairro Monumento, representa a outra face da moeda. Parece que o Papa já sabia! É a parte da Santana LÁGRIMAS NOSSAS.

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