terça-feira, 30 de julho de 2013

LÁGRIMAS NOSSAS



LÁGRIMAS NOSSAS
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2013.
Crônica Nº 1058


O Gigante Amarelo. (Foto Governo).
Certa feita, fizemos uma comparação aqui sobre a construção do Estádio Rei Pelé, em Maceió, e o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, em Santana do Ipanema. Acompanhamos a construção do Rei Pelé no Bairro Trapiche da Barra, dentro da pobreza que havia e aguardamos o passar do tempo para encarar os benefícios da construção na localidade. Nada feito. Tirando a magnífica obra, o entorno continuou no seu quadro bucólico de senzala. Previ o mesmo com o futuro surgimento do hospital em Santana. Não deu outra coisa, passados alguns anos da sua inauguração. No sábado passado, pesquisando e fotografando a cidade para um presente inédito ao santanense, fui até ao “Gigante Amarelo”, para uma fotografia inédita que me contemplasse a estrutura completa. O prédio é um mundo inteiro, inclusive com uma parte mais baixa, nos fundos e fica impossível uma foto completa, a não ser por via aérea. Na hora de olhar a placa para anotar a data de inauguração (dizem que o hospital foi inaugurado duas vezes) ninguém deu notícias para aonde havia ido o objeto que deve ter dado uma carreira imensa para as bandas da serra Aguda, ao ser pesquisado. Voltei sem a preciosa informação.
O entorno do “Gigante Amarelo” continua no mais perfeito descaso. Não se tem como não comparar as áreas das localidades Cajarana, Conjunto Marinho, Santa Quitéria e proximidades das Tocaias, com o Haiti. Um abandono total onde reinam o descaso e a miséria. A lama dava no meio da canela e só consegui passar em vários lugares, pela força de moto de aluguel que me cobrou bem caro para rodar no inferno de Santana. Ao conversar sobre o assunto com figura importante da cidade, recebi como resposta: “Bem feito, porque o povo dali foi votar em ciclano e beltrano”. É essa mentalidade que ainda permanece viva em muitos que se metem na tal política. E Como fora previsto por nós, o “Gigante Amarelo” reina sozinho em meio à miséria absoluta de uma banda do Bairro Floresta, onde nasceu. O descaso continua e ninguém sabe até quando. Por ali aparecem marginais perigosos que assaltam a mão armada, cobram pedágio à noite e formam suas quadrilhas que brigam com outras de bairros mais distantes. Mas o que poderia sair de bom na miséria revoltante que caracteriza o entorno do Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo? É de se chorar de impotência no cruzar sofrido de Santana. Enquanto isso, a Praça dos Ricos, no Bairro Monumento, representa a outra face da moeda. Parece que o Papa já sabia! É a parte da Santana LÁGRIMAS NOSSAS.

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