quinta-feira, 14 de novembro de 2013

LAMPIÃO E RIFLE DE OURO



LAMPIÃO E RIFLE DE OURO
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2013.
Crônica Nº 1086

Antonio Silvino
     Dizia o poeta popular:

“Portanto se o leitor gosta
De história de cangaceiro
Que bebia o sangue humano
No Nordeste brasileiro
É essa do assassino
Bandido Antônio Silvino
Desastrado bandoleiro.”

     “No dia 2 de novembro de 1875, nascia em Afogados da Ingazeira, sertão pernambucano, Manoel Batista de Morais, mais conhecido como Antônio Silvino. Foi o cangaceiro mais notório antes de Lampião. Entrou no cangaço ainda jovem, junto com o irmão, para vingar a morte do pai, Batistão do Pajeú, bandoleiro. Fez parte do bando de seu tio Silvino Aires, de quem herdou o comando do grupo. O bando – formado por cangaceiros como Cavalo do Cão, Relâmpago, Nevoeiro, Bacurau, Cobra Verde, Azulão, Cocada, Gato Brabo, Rio Preto, Pilão Deitado e Cossaco – espalhou o terror pelo sertão de Pernambuco e da Paraíba.”

“Antônio Silvino foi
O mestre de Lampião
Mas um guerrilhou primeiro
Outro noutra ocasião
No tempo de Antônio Silvino
Lampião era menino
Prestando toda atenção.”

   “Depois de assumir a chefia, passou a vestir farda de coronel e a exigir ser chamado de capitão Antônio Silvino.
Entre as muitas ações lideradas por ele está o ataque às obras da empresa Great Westem, responsável pela implantação do sistema ferroviário na Paraíba. O bando arrancava trilhos, prendia funcionários e até sequestrava os engenheiros. Antônio Silvino foi preso em 24 de novembro de 1914 e solto em 1937 por bom comportamento, por meio de um indulto concedido pelo presidente Getúlio Vargas. Pai de oito filhos, ele morreu aos 69 anos. Também chamado de ‘Rifle de Ouro’, suas aventuras foram eternizadas na literatura de cordel”
.* Texto, Revista História da Biblioteca Nacional, novembro de 2012, pag.88.
Estrofes de Cordel (?).
    

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terça-feira, 12 de novembro de 2013

DAMAS DE BRANCO



DAMAS DE BRANCO
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2013.
Crônica Nº 1085

Garça-branca-pequena. (Imagem Wikipédia).
O inverno prolongado no sertão alagoano pode emendar com trovoadas terríveis e benfazejas em benefício da agropecuária. Retornam as aves migratórias para as telas da paisagem campesina. Entretanto, o Bairro Floresta, em Santana do Ipanema, registra todos os dias ao entardecer, uma cena de colônia. Ocupando metade de um campo de futebol, garças-brancas-pequenas (Egretta Thula), provavelmente, pousam para o pernoite no garçal improvisado.
As garças já viviam no período eoceno (há 40 milhões de anos) e no plioceno (há 11 milhões). Elas são apreciadoras de terrenos pantanosos de águas rasas, onde encontram fartura de alimentos. Aplicam estratégia particular caçando e pescando aos deixar os ninhais. Nutrem-se de peixes, insetos aquáticos, caranguejos, moluscos, sapos e répteis.
Não temos uma região típica do habitat das garças, por aqui, o que faz pensar na razão dessa permanência. Em terreno pedregoso, inclinado e seco, ao lado de uma rua nova e sem calçamento, acomodam-se as aves. Na barreira, entre o hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo e o rio periódico Ipanema, formam o garçal pelo chão e sobre os arbustos resistentes às estações. Onde as garças-brancas-pequenas procuram alimentos para centenas de indivíduos? Ali por perto o rio Ipanema está completamente poluído. Os poços estão cobertos por plantas aquáticas e os peixes sumiram. Garça por perto é sinal de rio em condições ecológicas razoáveis, o que não acontece com o trecho urbano do Panema.
Encontramos bandos dessas aves nas proximidades do matadouro público municipal, no leito do rio, lugar denominado Volta. Contudo, as garças também se espalham pelos campos e são vistas ao lado de bovinos em plena pastagem, acompanhando os rebanhos. Dizem que em busca de carrapatos.
O certo é que ao pôr-do-sol, o espetáculo do ninhal na barreira do Bairro Floresta está completamente garantida. Aguardando estudiosos, apreciadores da natureza e máquinas fotográficas, ali estão as elegantíssimas aves. Possuem a perfil de sinuosas e belas mulheres da nossa sociedade, ilustrando verdadeiramente as DAMAS DE BRANCO.

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