domingo, 28 de setembro de 2014

VULCÃO, ESPETÁCULO DA NATUREZA



VULCÃO, ESPETÁCULO DA NATUREZA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 setembro de 2014
Crônica Nº 1.269
Vulcão Ontake em erupção, terrível e belo. (Foto: Kiodo/Reuters).
Por mais comum que seja o fenômeno vulcanismo, o acordar de um vulcão sempre surpreende o mundo. O Japão, localizado onde costuma acontecer grandes espetáculos naturais, vem enfrentar agora a erupção do vulcão Ontake que expeliu cinzas, pedras e fumaça, no último sábado. Notícias falam em um morto e mais de trinta feridos.
Uma erupção vulcânica é bela, apocalíptica e muito perigosa quando surpreende a população em torno de muitos quilômetros.
Ontake em erupção. (Foto: Kiodo/Reuters).
Os vulcões são fendas ou aberturas que acontecem na crosta terrestre, permitindo que o material derretido e de alta temperatura do interior, chamado magma, chegue com poderosa força até a superfície. O magma pode se aglomerar na câmara magmática, localizada logo abaixo da crosta. A pressão dos gases no interior da câmara força a saída do magma no fenômeno que chamamos de erupção. Quando o magma chega à superfície, passa a se chamar lava e escorre pelas encostas do vulcão e da montanha. Com o tempo o vulcão adquire o formato de cone e sua parte interna se chama chaminé. O magma geralmente vem acompanhado de pedras, cinzas e fumaça e o estrondo da erupção assemelha-se a um trovão.
Existem inúmeros vulcões no mundo, uns ativos, outros extintos e outros ainda em fase de extinção. Eles costumam surgir nos limites das chamadas placas tectônicas. As terras em torno de um vulcão são férteis, pela futura desagregação do magma, um dos motivos pelos quais as pessoas se arriscam a produzir nas imediações.
Um dos mais conhecidos vulcões do Globo, é o vulcão Vesúvio da Itália, que no ano de 29 d.C. destruiu as cidades de Pompeia, Herculano e Estabia que ficavam em seu entorno.
O cantor brasileiro Nelson Gonçalves, de certo modo imortalizou o vulcão italiano quando em uma das suas canções, compara o seu amor pela amada como “um Vesúvio de lavas colossais”.
O Japão há de superar mais esse trauma em sua vida cotidiana.
·        O autor também é especialista em Geo-História.




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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

CANGAÇO NÃO É CANGA



CANGAÇO NÃO É CANGA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2014
Crônica Nº 1.268
 As histórias de Virgolino ganharam o mundo recheadas de mentiras cabeludas. A própria Wikipédia diz que Lampião era ex-coronel da Guarda Nacional. Nunca jamais havia visto uma coisa absurda dessa! Mas alguém escreveu isso e mandou para lá. Já pensou, amigo, Lampião como coronel da guarda nacional!
Até alguns sociólogos quando chegam aos seus limites procuram esticar a corda com teorias nada condizentes. Quero me referir hoje a esse negócio que uns copiam do primeiro que disse que Cangaço vem de canga de botar em junta de bois; viver debaixo da canga e assim por diante. Nunca engoli essa teoria. Cangaço no Nordeste nunca foi canga e grande distância tem.
Cangaço nos sertões nordestinos sempre foi ossada; esqueleto; caveira; magro demais. Nem precisamos ir tão longe. Veja dois cantadores de embolada em dia de feira-livre, no sertão:

“Se eu te pegar
Como peguei a codorniz
Como-lhe a carne por dentro
Deixo o cangaço pra Luís”.

Resposta do adversário:

“Se eu te pegar
Como peguei o nambu-pé
Como-lhe a carne por dentro
Deixo o cangaço lá em pé”.

Portanto aí está o verdadeiro significado de cangaço. A própria Dadá de Corisco afirmava que cangaço é esqueleto, ossada.
Por outro lado já foram citadas milhares de frases como esta, no Nordeste: “Você está muito magro, tá só o cangaço”. Quer dizer, só os ossos.
Cangaço significa, pois, ossos, ossadas, esqueleto, magro demais; última escala social; os restos; os ossos; o que não presta; o não aproveitável. Cair no cangaço: cair no restolho da vida, na marginalidade, virar caveira, algo sem serventia.
Nascido e criado no sertão de Alagoas, não poderia deixar passar brejeiro o cavalo das ilusões.
       Cangaço não é e nunca foi canga de botar em bois; nem viver sob o jugo da canga. Nem que seja o papa que tenha dito. Ora!
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