quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O PAU COMEU



O PAU COMEU
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de fevereiro de 2016
Crônica Nº 1.503

        Depois de longa excursão, voltamos às bases, em Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas.
Hoje, quarta-feira de Cinzas, lembramo-nos do nosso conto lançado há décadas, “Carnaval do Lobisomem”. Pelo que ouvimos em um testemunho ocular, hoje, os lobisomens são outros, calcados pela droga e o desprezo à vida.
Em Maceió, os bandidos das grotas assaltam, queimam ônibus e tiroteiam com a polícia, levando menores perdidos pela própria circunstância.
Na última terça-feira de Carnaval, em Santana do Ipanema, por volta das 2.30 às 03 horas da madrugada, houve espetáculo de vândalos na Rua Pedro Brandão, Bairro Camoxinga e principal corredor para o Comércio.
Narra à testemunha que um arrastão formado de, aproximadamente, 30 pessoas, entre elas menores e mulheres, desceu da folia do Comércio e entrou na Rua Pedro Brandão. À medida que o bando avançava rumo ao Largo do Maracanã, menores soltavam palavrões e ordens para destruírem tudo que encontrassem pela frente. Enquanto gritavam, em desespero, jogavam pedras nas vidraças de residências e casas comerciais. Outros aplicavam coices nas portas de ferro dos estabelecimentos, onde a própria sede do Ipanema Atlético Club não foi poupada.
Os vândalos já estavam para derrubarem a porta de uma grande loja, recentemente inaugurada, quando correram entrando num beco estreito que dá acesso a BR-316. Era a presença de uma viatura que despontara do lado do Comércio.
A testemunha não viu mais o rumo dos marginais, supondo-se que a galera tenha descido pela Rua Pedro Gaia, rumo natural para o Bairro Pedrinhas, o Jacintinho de Santana.
A quarta-feira amanheceu calma na urbe, mas alguns moradores da Rua Pedro Brandão foram à contabilidade do prejuízo. E como nenhum lugar do País escapa das ações dos bandidos, é de se admirar: Até tu, ó Santana!




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domingo, 24 de janeiro de 2016

O CAVALÃO DE BRONZE

O CAVALÃO DE BRONZE
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.502
PRAÇA DEODORO, EM MACEIÓ. Foto: (Clerisvaldo).

A chuva cai a gosto do sertanejo no centro de Maceió. Surpreendido por ali, inútil correr para a Praça Deodoro, pois, abrigo no logradouro está difícil até para as aves do céu, como diria Jesus. A famigerada praça foi sempre ponto de encontro dos namorados; dos estudantes; dos que procuravam resolver negócios no comércio. Rodeada por prédios importantes como o Teatro e a Academia de Letras, a praça fornecia o fôlego necessário para quem precisasse, ao refrigério das suas árvores e bancos encurvados. Foi ali defronte que a sorveteria Gut-Gut criou fama e marca. O melhor sorvete de coco do Brasil, o delicioso picolé de milho verde e os segredos dos fabricos guardados a sete chaves. Foi na esquina, do outro lado da rua, que a torrefação Café Afa assanhava as narinas dos passantes.
Não tendo mais sorvete e nem café, pelo menos continua com seus imponentes prédio históricos no entorno. Reformada prefeito a prefeito, não mais possui uma feição fiel e definida. Suas longas árvores foram motivos de podas e outros procedimentos que transformaram suas faces, alienaram suas galhas, espantaram suas folhas. O piso melhorou permitindo um caminhar suave. O espaço feio e “ocioso” de um dos lados ganhou calçadão e bancos passando claramente da água suja para o vinho. Maravilha! Obteve a praça esse complemento poderoso e aliado que tanto facilita a vida dos seus transeuntes.
Entre o espaço mais claro oferecido, permanece uma beleza por outro prisma. O ponto de referência da capital Maceió continua o mesmo, assim como era a antiga Secretaria de Educação, o Bar do Chopp ou mesmo a Igreja do Livramento, em cuja calçada foi assassinado nos anos 20, o coronel José Rodrigues, de Piranhas. No alto do pedestal, o cavalão  do primeiro presidente da República do Brasil, marechal Deodoro da Fonseca, ainda carrega o dono sem se cansar. Estamos familiarizados com a Praça Deodoro, porém, o turista vibra bastante ao fotografar o marechal e seu cavalão de bronze.
Alegria! Alegria!



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