segunda-feira, 18 de junho de 2018

MONTADO NO PEIXE


MONTADO NO PEIXE
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.925
FOTO: (PAPEL DE PAREDE).

Estava escutando uma entrevista política, em que a entrevistada defendia os bons políticos. Não sabemos muito o significado de bom. O próprio Jesus, ao ser chamado de bom Mestre, afirmou que ele não era bom, bom era o pai que estava no céu. A entrevistada dava conselho para que o eleitor estudasse a vida ativa do político para excluí-lo ou reelegê-lo. Mas o nosso povo ainda não tem consciência política. E talvez seja essa a grande arma dos candidatos a alguma coisa, principalmente, as chamadas raposas, que além de raposas, ainda são velhas raposas. Conhecem mais o eleitor do que intimidade da própria mulher ou vice-versa.
O político conhece profundamente a região onde atua e leva dose alta de psicologia em busca do voto. E se a sua região, como a nossa, possui mais de 50% de analfabetos e pobreza extrema, como encontrar consciência política nesta seara de sobreviventes? É por isso que se diz que o que elege o político é o dinheiro. Balela é dizer que Fulano ou Beltrano não se elege mais nunca devido a sua má administração. Isto só funciona se o político não tiver dinheiro ou apoio financeiro sem limites. Pertinho das eleições os viveiros são abertos e os milhares de “peixes” procuram bolsos vazios, bocas famintas e consciências sem miolos.
Eles, os donos do poder, sabem que depois da eleição, o Zé Povinho, no geral, não procura saber nada a respeito da administração. Quer apenas uma visita, uma tapinha nas costas, um favorzinho de nada e a esperança de mais cedo ou mais tarde, outro “peixe” no bolso liso e nada mais. E se a maioria age dessa maneira, por que se preocupar com a minoria consciente? Ah, amigo, isso é no Sertão, no Agreste, no Mangue, seja onde diabo for. E não adianta aquela conversa de saber escolher. Como escolher se são sempre os mesmos! Dessa maneira bate-se na velha tecla tão usada por certo senador: só a educação pode mudar esse país. E como a educação também anda de muletas, esticam-se os dias de prestação de contas.
Segue o país montado no “peixe”, até quando Deus quiser.

FOTO: (PAPEL DE PAREDE).

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domingo, 17 de junho de 2018

TITE: FOI NUM PINGO D'ÁGUA


TITE: FOI NUM PINGO D’ÁGUA
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.924
DEPOSIT FHOTO

Foi no peste do antigo vestibular. E vestibular e ENEN são um mesmo saco de se transportar gatos. Uns reclamam que nada sabem de Matemática, outros que estão voando em Física, outros ainda que vão fazer o teste como quem vai à forca. Quase sempre a redação possui um peso enorme, um peso descomunal para quem não gosta de ler e nem escrever. Mas na verdade sempre foi prato amargoso tanto para o fraco quanto para o sabido. É ali onde não se tem por quem gritar que se vê o valor do estudo. O conselho de tantos anos de pais e professores, mostrando o caminho certo, surge na mente enferrujada dos clientes nervosos. Muitos saem da sala com sentimento de culpa e outros aliviado pelos dever cumprido. E se vestibular e ENEN não forem purgatório, pode ficar certo que são vizinhos.
Após as provas e os risos amarelos, surgem muitas vezes às piadas criativas, as brincadeiras, as anedotas de desconcentração que não caem nos questionamentos oficiais. E foi assim que o estudante chegou diante desse tribunal, apreensivo com a tal redação. Quando tudo foi descoberto para as respostas, surgiu o tema da cuja dita. Muito difícil para os fracos, muito fácil para os inteligentes, mas no geral, um impacto desgraçado: Um pingo d’água. Passado o momento do susto, puxa a página, vira a página, chora sobre a página. Mas como o brasileiro não gosta de perder a piada, o gaiato responde a redação com apenas uma frase: Foi num pingo d’água em que me afoguei.
Na vida geral também as surpresas aparecem, sendo bom o sujeito não ser fanático em nada. Bem assim em nosso futebol que gera muitas expectativas onde os bons ficam doidos e doidos mais ainda. Depois de se esperar tanto pelo Brasil dos melhores jogadores do mundo, o que se viu ontem contra a Áustria, foi um aperreio só. Os jogadores brasileiros não se encontravam em campo e terminou sendo apenas um amontoado de estrelas, quase igual à abóbora de lixo anterior. Assistimos a todos os jogos até agora, mas nada igual ao vexame de ontem. É por isso que não se deve ser fanático em nada, nem em futebol. O Brasil jogou m... pura. E o nosso comandante – com o magote – afogou-se vergonhosamente na redação do pingo d’água.






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