quinta-feira, 15 de novembro de 2018


O PUNHAL DO ZUZA
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de novembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2007

PARCIAL DA RUA ANTÔNIO TAVARES. (FOTO: LIVRO 230).
Voltando do geral para a terrinha, lembramo-nos da fábrica de colchões do senhor Júlio Pizunha. O nome pode ser pezunho ou de outro modo qualquer, mas o povo o chamava Pizunha e pronto (aquele que tem o dedinho pendurado ao Mindinho). O casarão da Rua Antônio Tavares ocupava a metade do quarteirão e, o quintal chegava à Rua Professor Enéas. Bem dez janelões ao longo do oitão. Quem teria morado naquela casa enorme, antes da fábrica? Ali trabalhava um preto alto e distinto e um baixinho troncudo chamado Zuza. Ambos, gente boa. Nunca nos incomodaram em nada em nossas brincadeiras de crianças por dentro do quintal e na sala de fabrico, de capim e junco.
Zuza era calmo e de voz macia. Entretanto, quando se embriagava era como se quisesse imitar o beberrão tão conhecido chamado “Coleta”. Coleta fazia de conta que procurava esfaquear alguém, sacando punhal inexistente e dizendo: “Olha o punhal véi enferrujado!”. Tinha medo do, então, delegado civil, Isaías Rego e falava ao avistá-lo: “Ave Maria, Seu Isaías!”. Zuza quando estava bêbado não pronunciava quase palavra alguma. Aquele homem doce se desfigurava e partia em direção a qualquer transeunte fazendo gesto semelhante ao de Coleta. Puxava de sob a camisa um punhal invisível e atacava o espaço. Assustava apenas quem não o conhecia, pois, fora esse patim, não ofendia ninguém.
Demolido o saudoso casarão, o espaço foi preenchido por novas residências, fazendo vizinhança à bodega do Carlos Gabriel, o seu Carrito. O proprietário da fábrica era pessoa bastante conhecida em Santana do Ipanema, mas em nossa infância já possuía idade bem avançada. Assim vem à tona, vez em quando, personagens da nossa rua que muito contribuíram com o desenvolvimento da cidade.
Mas quem nunca passou momentos de aperreios diante de certas circunstâncias e vontade de fazer? Fazer de verdade o que o Zuza – pacato cidadão – desejava fazer nas frustrações da vida...
Ah, Zuza! Valeu a psicologia!

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terça-feira, 13 de novembro de 2018

A AÇÃO DOS VENTOS


A AÇÃO DOS VENTOS
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2006
(FOTO: GEÓGRAFA CARLA MOTA).

AUMENTE SEUS CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS.
“O vento age sobreo relevo por meio:
·         Da erosão eólia: que corresponde ao trabalho destrutivo das rochas.
·         Da acumulação eólia: que consiste no transporte e depósito de partículas desagregadas.
A ação dos ventos no modelado terrestre é bem mais sensível, principalmente nas regiões desérticas e litorâneas. Na erosão eólia, podemos distinguir a deflação e a corrosão. A primeira é semelhante ao trabalho de uma vassoura, que varre e limpa a superfície das rochas, retirando os fragmentos desagregados.
Pela corrosão, que constitui propriamente a erosão, o vento joga os fragmentos desagregados contra a superfície de outras rochas, num movimento tão intenso que por mais resistente que elas sejam, acabam sendo transformadas em seu aspecto exterior, dando origem a novas formas de relevo.
Do trabalho de acumulação que o vento realiza, surgem as dunas e os depósitos de loess.
As dunas forma mais característica do trabalho de acumulação eólia, são constituídas de montes de areia e da maior secura do ar, e sopram ventos regulares, são denominadas litorâneas.
Entretanto, os mais expressivos exemplos de dunas – as desérticas)  ou continentais – são encontradas nas regiões mais áridas do globo (desérticas ou semidesérticas).
O loess, ou terra amarela, é formado por fragmentos de rochas, ricos em calcário, reduzidos a partículas bastante finas, transportadas pelo vento e depositadas assim que a umidade as torna mais pesadas.
O mais expressivo exemplo deste tipo de acumulação eólia é encontrado no vale do rio Huang-ho ou Amarelo, na Ásia”.
(LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral. Saraiva, São Paulo, 1982. Págs. 68-69).









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