segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

CANAGAÇO, MORTES E ENTREGAS EM ALAGOAS


CANGAÇO: MORTES E ENTREGAS EM ALAGOAS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de dezembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.029 

Para quem gosta de coisas do cangaço:

·         Entregues à polícia de Alagoas: 18.10.38. Grupo de Pancada: Pancada, Maria Jovina, Vinte e Cinco, Cobra Verde, Peitica, Vila Nova II mais Santa Cruz.
·         Em 27.12.38. Pedra Roxa, Quitéria, Velocidade e Barra de Aço.
·         Português: antes de Pedra Roxa.

 Cangaceiros mortos em Alagoas:
·         Manoel Porcino – 1922. Pedra/Piranhas.
·         Chá Preto I – 1925. Mata Grande.
·         Sabiá – 1925. Mata Grande.
·         Asa Negra – 1925. Serrote Preto (Água Branca).
·         Corró – 1925. Serrote Preto (Água Branca).
·         Curió – 1925. Serrote Preto (Água Branca).
·         Pensamento – 1927. Capim (Olivença).
·         Cirilo de Engrácia – 1934. Mata Grande.
·         Fortaleza – 1935. Fazenda Aroeira.
·         Limoeiro – 1935. Fazenda Aroeira.
·         Medalha – 1935. Fazenda Aroeira.
·         Suspeita – 1935. Fazenda Aroeira.
·         Pó Corante – 1936. Povoado Caboclo.
·         Gato – 1936. Piranhas.
·         Jararaca III. 1937. Pão de Açúcar.
·         Canário I – 1937. Margem do rio.
·         Ameaça – 1938. Região de Inhapi.
·         Eleonora – 1938. Região de Inhapi.
·         Serra Branca – 1938. Região de Inhapi.
·         Catingueira II – 1938. Região de Inhapi.
·         Pontaria – 1938. Região de Inhapi.
·         Atividade – 1938. Pão de Açúcar.
·         Português – 1939. Santana do Ipanema.
·         Pedra Roxa – Mata Grande (Natural).

CHAGAS, Clerisvaldo B. e FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Grafmarques, Maceió, 2012. Págs. 431-432 e 455-456.
                                                                                                                                               

Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2018/12/canagaco-mortes-e-entregas-em-alagoas.html

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

PAPO-AMARELO






PAPO-AMARELO
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de dezembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.028

ILUSTRAÇÃO: FLÁVIO FORNER (BBC).
PAPO-AMARELO – Página 36. Bando de jagunços chefiados por Sabino e guiado pelo rastejador Zé Praxedes, persegue um grupo de resgate nas caatingas da Bahia.

─ Oxente! Visse não os carvão da fogueira dentro do buraco? Eu disse a vocês: Tamo pelejando com rastejador do meu tamanho ou maior do que eu. É duro eu dizer isso, mas rastejador bom no mundo não só era o meu veio pai, não.
O jagunço chamado Passarinho, bebeu uma “frechada” da branquinha, animou-se e começou a cantar:

Quando Passarinho canta
toda a natureza chora
Chega logo bem-te-vi
Lavandeira e siricora...

Chega logo bem-te-vi
Lavandeira e siricora.

Como o sujeito tinha voz bonita mesmo, os outros escutavam em silêncio justificando o vulgo do comparsa:

Veja os zoio de Maria
Veja os zoio de Sinhá
A saudade dos seus zoi
Inda hoje vou matá...

A saudade dos seus zoi
Inda hoje vou matá

Depois de certo tempo com direito a sonhos, Sabino levantou-se do chão, bateu no chapéu de couro como quem tira a poeira e disse:
─ Vamo!
E os homens desceram a colina em fila cada um puxando seu respectivo animal pelo cabresto. Agora Sabino tomou à dianteira e o rastejador foi para o final do cordão.
Vagareza achava que uma das mulheres seria dona Cila e que antes da Marcação haveria combate.
No horizonte, bando de urubus fazia festa. Sabino disse:
─ Verão tá já chegando.
Vagareza falou:
─ Eu nem sei qual é o pior. Se é inverno é um frio de lascar! Se é verão, o Sol racha tudo. Como nem sou agricultor nem crio nada faço que nem Mané Guarda.
─ E o que foi que ele fez? 
─ Ele não fez, Sabino, ele só vivia arreclamando da vida. Dizia que todo mundo tinha nascido com uma estrela na testa, a dele tinha nascido no cu. “No primeiro peido que eu dei, ela voou na casa da peste!”.
Sabino riu com muito gosto e depois indagou:       

─ E tu acha que a tua estrela nasceu onde, Vagareza?
─ Home, deixa pra lá...
        Pelos arredores a rolinha branca saudava os caminhantes:
Urrrr... Urrrr...  Urrrr...









Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2018/12/papo-amarelo.html