terça-feira, 16 de abril de 2019

FOGO NO CORCUNDA

FOGO NO CORCUNDA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.093
 
CATEDRAL. (FOTO: REPRODUÇÃO).
O emocionante “Corcunda de Notre-Dame” é um romance escrito pelo escritor francês Victor Hugo. O livro foi publicado em 1831 e tornou-se best-seller mundial. O famoso escritor francês escolheu como cenário para o seu trabalho, a Catedral de Notre- Dame, no centro de Paris, cujo início da edificação aconteceu em 1.163. Impossível falar sobre Paris e deixar de fora a Torre Eiffel e a Catedral citada. Quanto à literatura, o escritor francês consta na primeira linha do romance no globo. A famosa igreja de Notre- Dame que quer dizer “Nossa Senhora”, pois a ela foi dedicada a sua edificação, absorveu tanto o personagem do romance que é impossível falar sobre a Catedral sem Quasimodo, o corcunda da ficção. 
O acidente do fogo acontecido na igreja, não queimou somente o edifício, mas a tradição ficcional do criador de Quasímodo. Logo o lamento do mundo inteiro caiu sobre Paris. A Igreja de Nossa Senhora não era apenas um monumento religioso católico, mas uma imensa obra de arte histórica que pertence ao patrimônio mundial. E a ira de algumas pessoas quando algo assim acontece, não tem cabimento. Os dirigentes não podem se preocupar apenas com as artes e os monumentos históricos. O abandono de edifícios tombados é encontrado em todas as regiões do planeta. Não poderia ser diferente na França, apesar de primeiro mundo. No Brasil, foi o incêndio no museu e... Pior a destruição deliberada de cidades no Oriente Médio, pelos considerados terroristas.
Diante da solidariedade geral, temos a certeza de que em breve a Igreja Notre-Dame será restaurada na parte perdida. E afirmamos, na parte perdida, porque é a Catedral completa que estar precisando de uma revisão... Difícil é fazê-la no todo e no tempo curto. Bem, pelo menos o incêndio serviu para lembrar o livro do autor francês, que passou a ser vendido com velocidade. Vamos reler o drama e a tragédia de Victor Hugo com a fala do Corcunda no campanário famoso de Paris. Estranho me parece que o fogo tenha começado justamente nos momentos religiosos mais caro para a Igreja Católica.
E se o Corcunda de Notre-Dame resistiu durante 188 anos, por certo também sairá vitorioso do fogo danado de lá de cima.


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segunda-feira, 15 de abril de 2019

AS LAPADAS DO CAMALEÃO

AS LAPADAS DO CAMALEÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.092
 
MACACO-PREGO (REPRODUÇÃO).
Entre os anos 60 e 70, havia bom número de engraxates na praça da Matriz, em Santana do Ipanema, profissionais hoje em extinção. Uma algarobeira foi plantada no centro da praça, cresceu bastante e dava proteção aos engraxates. Primeiro surgiu, não se sabe como, um macaco-prego que passou a fazer morada no pé de algaroba. Chamava atenção de todos os passantes, crianças, velhos e adultos. Os engraxates passaram a alimentá-lo, com ajuda do comércio local. Mas o macaco-prego logo desapareceu tão misteriosamente quanto chegara. Tomando o lugar do símio, surgiu também do nada, um camaleão que, apesar de não fazer macaquices, tornou-se a atração da Praça Cel. Manoel Rodrigues da Rocha.
Ora, assistindo a um vídeo no Face, vimos que um camaleão havia mordido um dos dois homens que o capturaram. Um terceiro cidadão, nativo e experiente, mandava que o homem mordido, tomasse um melhoral, dissolvesse outro e passasse no local da mordida, caso contrário seria fatal. “Esse bicho é venenoso, briga e vence a cobra. Nem quero negócio com ele. Corra e vá para a cidade comprar o melhoral”. Camaleão são répteis da família chamaeleonidae e incluem cerca de 195 espécies. Elas estão na África, Ásia, sul da Europa, Brasil, Espanha e Portugal. O que nos surpreendeu foi a experiência do nativo e o perigo que para nós, o pacato camaleão representava. Além da mordida do bicho, um dos cidadãos estava repleto de lapadas levadas da cauda longa do animal.
Sabíamos das brigas que o teíu, tejo, tiú, tem com as cobras venenosas. O tiú sempre vence e, quando é mordido, corre para mato e morde um tipo de batata, antídoto, e volta à batalha com a serpente. Mas, como dizia os mais velhos, “é morrendo e aprendendo”. Por fim, “melhor não mexer no que está quieto”, diz o velho ditado.
Em Santana do Ipanema, o camaleão também anoiteceu e não amanheceu igualzinho ao macaco-prego. Se precisasse havia várias farmácias perto como a Vera Cruz, para vender melhoral, mas cadê o nativo para receitar?
Na ignorância, compadre, “teje” quieto!


                                                                                                                                         


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