domingo, 12 de janeiro de 2020

FUGINDO DO MUTANGE



FUGINDO DO MUTANGE
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.244

Estadio Gustavo Paiva. (Foto: GazetaWeb.com

Mutange é um bairro de Maceió localizado às margens da laguna Mundaú. Por sua vez a laguna é formada e alimentada pelo rio de igual nome. Fica na área do grande e antigo Bairro b. Era por ali que chegavam trens, pessoas e automóveis vindos do interior de Sertão e Agreste. Região onde foram edificadas faustuosas residências no passado, como fuga da agitação do Centro. Foi por ali que em 1938 entraram as cabeças de Lampião, Maria Bonita e mais nove sequazes, em célebre cortejo de veículos e pessoas. Imprensado entre barreiras e laguna, está situado o Estádio Gustavo Paiva – construído na década de 1920 – refúgio do CSA, o “Azulão da Lagoa”. Pode haver outro significado, porém o Dicionário Informal cita a palavra Mutange como indivíduo tratante, covarde, fracalhão.
Pois bem, com o afundamento dos Bairros, Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro, a situação passou a ser crítica. Nesse caso, uma coisa vai provocando outras como desgraças interligadas. Chegam às denúncias de que as águas da laguna Mundaú estão se aproximando do Estádio do Mutange. O CSA vai deixar o local, mas não foi anunciado para aonde irá o Azulão. De qualquer maneira é complexo um novo plano para futura sede e estádio particular. Em minha opinião – uma apenas entre milhares de torcedores azulinos – seria às margens da estrada que estar sendo aberta: Benedito Bentes – Jacarecica. Região alta e plana de tabuleiro.
Ah! Não deixo de pensar na minha terra, onde o Estádio Arnon de Mello, particular do clube Ipanema, permanece colado ao Cemitério Santa Sofia. Sem rio, sem lagoa, sem barreiras, nunca teve problemas com os mortos.
E agora, como será o novo apelido do “Azulão do Mutange”? A cor do céu continuará a mesma, mas, e o complemento? “O Azulão dos Tabuleiros”? Vamos aguardar a nova fase do Centro Sportivo Alagoano, para torcer, aplaudir e apoiar.
ADEUS, MUTANGE, ADEUS MUNDAÚ.






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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

ESTIVE NA AVENIDA


ESTIVE NA AVENIDA
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.243



Em Santana do Ipanema visitei a Casa da Cultura, como cortesia à diretora, Gilcélia Gomes. O prédio onde funciona o órgão fica na Avenida Coronel Lucena, a mais importante da cidade. Resgatado pela prefeitura, o antigo edifício de arquitetura tradicional de época, funcionou anos a fio servindo à Justiça santanense. Seus traços são destaques na avenida e sua localização central facilita bem a chegada dos visitantes. Climatizada, limpa e bem apresentável abriga a Biblioteca Pública que parece ter encontrado finalmente seu lugar definitivo. Para quem conhece a sua história itinerante e sofrida, fica satisfeito em encontrá-la no lugar correto.
Foi nesse mesmo prédio – ainda servindo à Justiça – que aconteceu um fato humorístico e inusitado. Um cidadão despretensioso e folgadiço entrou no prédio em procura de algo. Logo na sala receptiva deu de cara com um preto alto e solitário que estava a ler um jornal. O visitante procurou imediatamente o caminho mais curto da sua busca: “Negão, sabe me dizer onde posso encontrar o doutor juiz?”. O negão desatou gostosa gargalhada e respondeu: “Tá falando com ele, moço”. O restante do acontecido fica por conta do imaginativo leitor.
Nesse edifício estreito e comprido conversei bastante com a Diretora de Cultura, professora Gilcélia Gomes, ex-colega de Especialização em Geo-História. Observei que ali dentro ainda cabe um serviço de informações ao turista, tanto oral quanto gráfico: histórico da cidade, lugares pitorescos, bares restaurantes, hotéis, pousadas e outros dizeres úteis ao bem-vindo visitante. Em uma das salas do longo corredor, chamava atenção várias peças representativas do artesanato do município.
Outras visitas importantes me chamaram, mas saí satisfeito com o que vi e ouvi na Casa da Cultura.
Quando for a minha terra, não se esqueça de uma chegadinha até o casarão da avenida. Depois poste na Internet a impressão da moda:
AMEI.

NA CASA DA CULTURA. (FOTOS: ARQUIVO/B.CHAGAS).







                                                                                                 

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