domingo, 21 de junho de 2020

AS OBRAS DOS HOMENS


AS OBRAS DOS HOMENS
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.329

(FOTO: MINFRA)
Três coisas irritantes na administração pública deixam os contribuintes e eleitores desolados, revoltados e enraivecidos Estamos nos referindo às obras física nas três esferas do Poder Executivo. Primeira, prometer e jamais realizar; segunda, iniciar e deixar pela metade (obras inacabadas); terceira, tempo de espera de obra anunciada prematuramente. Focando no segundo item, temos a obra do viaduto na BR-101 com a BR-316, trecho São Miguel dos Campos – Rio Largo.  O monstrengo viaduto, sem pé nem cabeça, causava espanto a quem trafegasse pelo “trevo da morte”. Difícil é saber quantas unidades do transporte pesado passam por aquele entroncamento diariamente.
Carretas, caminhões não param indo e voltando do Recife e Sul do Brasil. Quem mora e não sai de Maceió, não conhece a loucura da sua movimentação. Mas o viaduto prometido assombrava como esqueleto sem as duas cabeça. Era motivo não só de revolta, mas também de piadas grosseiras dos motoristas clientes do trevo. Vacilou, morreu! Ultimamente, porém as obras recomeçaram vigorosamente, dando um alento aos incrédulos da política brasileira. Saindo de refúgio de mendigos, drogados e malfazejos, a mula sem cabeça parece alcançar sua vitória. Entre o viaduto de Maceió na PRF e o do entroncamento do interior, este chegou primeiro no final  da novela do descaso. Finalmente após muitos suspiros e bananas simbólicas foi inaugurado trecho de duplicação ali perto e visitada a obra em fase conclusiva.
Nessa pandemia não rodamos mais na região, todavia, foto do novo viaduto mostra que a obra já desenganada, ficou bela e parece formar o número oito em seu entorno. Mais segurança para as rodovias brasileiras e a grande importância da BR-316 e BR-101. Como todo grande empreendimento, já estamos imaginando a atração que será exercida para inúmeros investimentos particulares nas suas imediações. Mesmo causando dor de dente antes achamos que a obra merece parabéns aos que lutaram por ela. Caso fossem consertadas todas essas mazelas federais, talvez as obras dos estados e as municipais prometidas também estivessem no espocar e no brilho dos foguetórios.
E as pontes prometidas sobre o rio São Francisco? Rhumm!...rhum... Tosss.... tossss. A duplicação da rodovia Arapiraca até Olho d’Águas das Flores, parece coisa boa. Esperemos sem  apostas.



  


 


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quinta-feira, 18 de junho de 2020

IPANEMA X MUNDAÚ


IPANEMA X MUNDAÚ
Clerisvaldo B; Chagas, 19 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.328
RIO MUNDAÚ, CHEIA EM RIO LARGO (FOTO: REDES SOCIAIS/DIVULGAÇÃO).

O rio mais importante de Alagoas é o rio Mundaú que nasce em   Garanhuns, solo pernambucano, percorre a zona da Mata Alagoana e despeja suas águas na laguna também Mundaú formada por ele mesmo. Na sua jornada, percorre 141 km, tendo suas nascentes a 931 metros de altitude. É um rio perene bi estadual que beneficia a grande zona fértil canavieira, mas sempre causou problemas de cheias escandalosas. São cidades influenciadas pelo Mundaú São José da Lage, Santana do Mundaú, Murici, União dos Palmares, Branquinha e Satuba, sua última cidade antes de chegar à laguna. Nas suas imediações e região foram formados quilombos, aglomerados de negros fugidos das fazendas escravagistas, tendo como principal o Quilombo dos Palmares, na serra da Barriga, município de União.
O rio Ipanema é maior do que o rio mais importante de Alagoas
e o mais notável do Sertão. Nasce no município pernambucano de Pesqueira, na serra do Ororubá percorre entre os dois estados, cerca de 220 km, e despeja suas águas no povoado Barra do Ipanema, município alagoano de Belo Monte. Representa um forte afluente do rio São Francisco, pela margem esquerda. Além de inúmeros povoados, banha também três importantes cidades sertanejas: Poço das Trincheiras (por onde entra em Alagoas), Santana do Ipanema e Batalha. O rio Ipanema é um rio temporário ou intermitente, isto é, seca em grande parte do ano. Foi ele que permitiu e sustentou esses núcleos habitacionais e ainda continua importantíssimo para a Geografia da região.
Inúmeros rios que escorrem em Alagoas, têm suas nascentes  no estado de Pernambuco, cujo terreno é muito mais alto. Alguns têm suas vertentes voltadas para o oceano. No Sertão, esses rios atuam na vertente do Rio São Francisco, embora tenha exceção. O sertão alagoano foi conquistado através do Rio São Francisco. Os sertanistas, como não havia estradas, faziam o percurso contrário aos rios, isto é, penetravam pela foz e subiam nos leitos secos como verdadeiros caminhos. No caso do rio Ipanema, os desbravadores entravam pelo povoado Barra do Panema e chegavam à vila de Cimbre, no cume da serra do Ororubá.
A propósito, Ipanema significa “água ruim” (salobra). Foi essa água salobra que fez surgir das caatingas a cidade de Santana do Ipanema.


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