quarta-feira, 19 de maio de 2021

 

OS TRÊS DA HISTÓRIA SANTANENSE

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.537 



Destacamos hoje três edifícios despercebidos, esquecidos, invisíveis que participaram ativamente da história cultural e da Educação do povo de Santana do Ipanema.

O mais velho do trio, é o prédio multiuso, fundado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, defronte o hoje Restaurante Xokante’s. Fundado em 1951, pertence à prefeitura e funcionou com inúmeras funções, entre elas abrigou o museu que se iniciava em 1959. Continua funcionando, não sabemos, porém, com que atividade. Trabalhou muito na parte educacional, inclusive servindo também de depósito de material escolar.

O segundo prédio corresponde a uma escolinha acanhada, construído no antigo Bairro Barragem às margens da BR-316. Foi inaugurado em 1956, com o título de Escola Manoel Xavier Acioly e tinha o intuito de educar a criançada daquela região periférica de Santana do Ipanema. Passou por reformas não está com tanto tempo assim, melhorando também seu visual externo. Foi a pioneira na área além da Ponte da Barragem e sua contribuição, embora invisível pela distância do Centro e das grandes escolas continua altamente relevante primordialmente para os Bairros Barragem, Clima Bom e boa parte da área rural.

O terceiro prédio, ainda mantém na sua fachada o nome Escola Branca de Neve, é apertado, parede e meia entre residências situado à Rua Delmiro Gouveia. Fundado em 1976, fica defronte ao atual e conhecido Restaurante Zé de Pedro. Atualmente a Escola Branca de Neve funciona como anexo da Escola Durvalina Pontes, bem como a escola da barragem.

Esses prédios, como foi dito acima, tornam-se indiferente aos transeuntes, aos distraídos e aos indiferentes, porém têm um alto conceito educacional (as escolas) na hierarquia municipal da Educação e no segmento pais de alunos. Para a sociedade, geralmente as escolas pequenas não chamam atenção como a de edifícios volumosos, entretanto, a qualidade do ensino está sempre em destaque entre os componentes da Educação. Ambas as escolas continuam prestando relevantes serviços à população santanense. Uma visita de cortesia alegra visitas e visitados. Experimente! Quanto ao prédio multiuso, o nome já diz tudo. Só em ter sido a primeira sede do museu já procede sua bela história particular.

Conhecer a terra em que nasceu, faz um bem danado!

A propósito, você sabe quem foi Manoel Xavier Acioly?

ESCOLA MANOEL XAVIER ACIOLY (FOTO: B. CHAGAS/ LIVRO 230).

 

 

 


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terça-feira, 18 de maio de 2021

 

ONDE ELES ESTÃO?

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de maio de 202

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.535

 






Procurando um retelhador em Santana do Ipanema para prevenir goteiras na casa durante o inverno. Quem disse que tem? Profissional exclusivo extinto com a evolução das cidades. Extintos como os alfaiates que não se encontram mais, salvo o último deles em Santana do Ipanema, Gilson Saraiva que ainda faz sua roupa sob encomenda lá no beco São Sebastião. Para retelhamento de casa, cabra velho, somente o tipo pedreiro que também se arvora na arte de retelhar residências, dessas que ainda não têm estuque. Como ainda faz falta o “Seu Tô”, antigo e mais famoso profissional da minha juventude! Mas também para vasculhar casas, tirar a sujeira da parte inferior das telhas, extirpar casas de aranha... Com vara cumprida e vassoura de palha vendidas na feira, também é zero. O dono e a dona-de-casa não podem mais apelar para Maria Lula e nem seguidores.

A galega que morava perto da Rua da Praia, usava cocó e parecia com uma alemã, era a mais solicitada para este mister; apesar de beber uma cachacinha e ficar vermelha que só açafrão! A galega solteirona (acho) que abastecia sua casa de taipa trazendo água do Panema em pote de barro e rodilha na própria cabeça. Seus descendentes profissionais despareceram. Também nesses tempos modernos quase Santana fica sem barbeiros e foi preciso haver cursos profissionalizantes para evitar a extinção. Os jovens aproveitaram bem e em cada bairro não falta mais barbeiro que agora quer ser chamado de cabeleireiro. Alguns nem barba querem fazer mais.

A chamada sociedade vai se transformando, deixando obsoletos inúmeros objetos, mas no meio desses objetos muitas características de seres humanos que parecem únicas.

A falta de retelhadores faz lembrar a quadrinha do folclore nordestino:

 

Têm quatro coisas no mundo

Que atormentam um cristão

Uma casa com goteiras

Cavalo feio e choutão

U’a mulher ciumenta

E um menino chorão.

ESCADA E VASSOURA DE PALHA PARA VASCULHAR (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 


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