terça-feira, 6 de setembro de 2022

 

RIO CORURIPE

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.763

 


Veja que belíssima descrição sobre o rio Coruripe, pelo saudoso mestre da Geografia Alagoana Ivan Fernandes Lima:

“Coruripe vem da serra do Bonifácio (município de Palmeira dos Índios), na base da escarpa ocidental, atravessa uma parte de Agreste, forma o açude de Igaci. Chega a Limoeiro de Anadia onde se aprofunda no vale e continua a demandar o Atlântico; é cruzado pela ponte da BR-11 Sul, junto a Alto dos Garrotes, nos limites do cristalino, para abrir nos tabuleiros seu vale que se amplia ainda mais, à jusante passa na Usina Coruripe, que lhe ocupa um treco do terraço na margem esquerda. Desta cidade até o mar, alarga-se numa várzea rasa e facilmente inundável, dando a ideia de ter existido, nessa parte, uma lagoa; as marés avançam pelo leito acima, e em face disto foi construído um canal artificial que facilita o melhor escoamento das águas, e não se espalha mais as do mar, salgando-lhe as terras. A cana-de-açúcar ocupa-lhe a grande área do baixo vale, e também a pecuária e uma regular policultura.

Já foi plenamente navegável até Coruripe nos tempos dos engenhos de açúcar, mas é de se presumir, como outros rios em idênticas condições, ter sido o uso intenso das terras do vale para tal fim que acelerou o entulhamento do próprio talvegue, causando a perda de profundidade, o que tem prejudicado a sua navegabilidade.

Sua foz está claramente orientada para oeste e uma simétrica restinga é a responsável pelo desvio, quando o rio desembocava em meio da enseada que se abre na parte anterior do Pontal de Coruripe, a qual se acha um pouco interrompida pela formação de uma linha de recifes que une seus extremos de forma recurvada.

Seus principais afluentes pela margem direita: Panela, Vitorino e Riachão; pela esquerda: Lunga, Cruzes e Francisco Alves”

TRECHO NAVEGÁVEL DO RIO CORURIPE (FOTO: PINTEREST)

 

 


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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

 

FURNA DA ONÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.762



Estamos no momento por trás do antigo DNER, no Bairro Camoxinga, de onde se avista a serra do Poço com sua pujança. Ora a serra cachimba na base, ora no topo marcando as etapas das chuvadas sertanejas. Olhando bem se avista um dos seus acessos que se atinge através dos sítios rurais, Água Fria e Pé de Serra. Mas, para se chegar à serra mais famosa de Santana do Ipanema, existe uma outra estrada através do Sítio Poço Salgado, onde se entra pela propriedade do saudoso Seu Didi. Fazendeiro muito conhecido, Seu Didi foi o pioneiro do trecho que liga Santana a Água Belas, por dentro como se fala dos atalhos.

O início de subida é com terreno desgastado pelas enxurradas, sendo bom lugar para se procurar ouro. Todavia até agora não se fala em descoberta desse ambicionado metal na região.

Podemos chegar a Águas Belas pelo asfalto via Maravilha e Ouro Branco ou pelo entroncamento Carié onde se pega a BR que leva a Garanhuns, mas indo por dentro (atalho) por Seu Didi, a estrada é de terra, corta a região serrana de Santana do Ipanema e passa pela Reserva Indígena Fulni-ô de Águas Belas já em território pernambucano. As atrações desses lugares são as próprias serras remanescentes dos desgastes de bordas do planalto da Borborema localmente chamado planalto de Garanhuns e, na Culinária, a famigerada buchada do sítio passagem denominado Camoxinga dos Teodósio. Essa estrada foi construída mais ou menos em 1938 no curto governo municipal de Pedro Gaia.

Quanto a origem do nome Poço Salgado, podemos dizer diante de pesquisa segura, que na era de 40, durante grande estiagem, pessoas se reuniram para cavar um poço no leito seco do riacho Camoxinga, porém, a água que surgiu no poço tinha muito sal.  Sítio Poço Salgado é entrada para a subida da serra do Poço, mas também abre caminho às demais serras da região e de outros sítios que chegam até a divisa com Pernambuco mostrando ainda o ponto turístico “Furna da Onça”, lugar de difícil acesso e bastante visitado.

Passear pela zona rural é lazer prazeroso, cultural e relaxante na harmonia com a Natureza.

Ah! Que saudade da serra! Cadê o sebo nos joelhos para chegar à Furna da Onça!.

 

SERRA DO POÇO (FOTO B. CHAGAS/LIVRO 230).


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