RIO CORURIPE
Clerisvaldo B. Chagas,
7 de setembro de 2022
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.763
Veja que belíssima
descrição sobre o rio Coruripe, pelo saudoso mestre da Geografia Alagoana Ivan
Fernandes Lima:
“Coruripe vem da serra
do Bonifácio (município de Palmeira dos Índios), na base da escarpa ocidental,
atravessa uma parte de Agreste, forma o açude de Igaci. Chega a Limoeiro de
Anadia onde se aprofunda no vale e continua a demandar o Atlântico; é cruzado
pela ponte da BR-11 Sul, junto a Alto dos Garrotes, nos limites do cristalino,
para abrir nos tabuleiros seu vale que se amplia ainda mais, à jusante passa na
Usina Coruripe, que lhe ocupa um treco do terraço na margem esquerda. Desta
cidade até o mar, alarga-se numa várzea rasa e facilmente inundável, dando a
ideia de ter existido, nessa parte, uma lagoa; as marés avançam pelo leito acima,
e em face disto foi construído um canal artificial que facilita o melhor
escoamento das águas, e não se espalha mais as do mar, salgando-lhe as terras.
A cana-de-açúcar ocupa-lhe a grande área do baixo vale, e também a pecuária e
uma regular policultura.
Já foi plenamente
navegável até Coruripe nos tempos dos engenhos de açúcar, mas é de se presumir,
como outros rios em idênticas condições, ter sido o uso intenso das terras do
vale para tal fim que acelerou o entulhamento do próprio talvegue, causando a
perda de profundidade, o que tem prejudicado a sua navegabilidade.
Sua foz está claramente
orientada para oeste e uma simétrica restinga é a responsável pelo desvio,
quando o rio desembocava em meio da enseada que se abre na parte anterior do
Pontal de Coruripe, a qual se acha um pouco interrompida pela formação de uma
linha de recifes que une seus extremos de forma recurvada.
Seus principais
afluentes pela margem direita: Panela, Vitorino e Riachão; pela esquerda:
Lunga, Cruzes e Francisco Alves”
TRECHO NAVEGÁVEL DO RIO
CORURIPE (FOTO: PINTEREST)
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