quinta-feira, 5 de setembro de 2024

 

SANTA LUZIA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.102

 




Santa nascida em Siracusa, na Itália, é muito forte no Nordeste brasileiro. Sua tradição pelas zonas rurais parece mais forte ainda, onde suas novenas são celebradas com muita esperança no seu dia, 13 de dezembro. Padroeira dos oftalmologistas e das pessoas que têm algum tipo de deficiência visual, a presença de Santa Luzia está no cotidiano dos agricultores que muita a veneram. Perseguida por Diocleciano para que se convertesse aos deuses pagãos, sofreu absurdos e assegurando milagres em sua defesa, até que finalmente se tornou mártir. Seus solhos foram arrancados e entregue no prato ao imperador. Mas nasceram outros olhos sadios e mais belos do que os primeiros. Finalmente sua cabeça foi ao chão aos golpes dos perseguidores.

Na sua literatura se apresenta sempre com os dois olhos em um prato e que essa representação se encontra nas casas de inúmeros devotos, sertões afora. Em Santana do Ipanema, cidade sertaneja alagoana, entre tantos santos em nomes de ruas, está o de Santa Luzia que, segundo a população, foi promovida a bairro. Contemplamos muito os ternos de zabumba pelas ruas de povoados e cidades de casa em casa pedindo donativos para leilão e dinheiro para a novena de Santa Luzia. Tocadores atrás, mulher à frente com a imagem da santa protegida por pano branco, sombrinha protetora do Sol forte.

No meu mais recente romance do ciclo do cangaço, “OURO DAS ABELHAS”, tem uma cena de terno de zabumba tocando em um povoado onde iria haver novena de Santa Luzia, pela noite. A personagem principal do romance, Mocinha, pág. 54 do Capítulo: Onça assando Batata, canta:

 

Santa Luzia já vem

Cheia de luz e louvor

Curar os olhos do povo

Sem escolher pecador.

 

E assim vamos se deliciando com as belas história de Santa Luzia. Inclusive, muita gente devota se recusa a trabalhar no seu dia.

É dia santo no coração.

 

TERNO DE ZABUMBA NA RUA ANTÕNIO TAVARES, EM SANTANA DO IPANEMA. (FOTO: JEANE CHAGAS). ACERVO DO AUTOR. SANTA LUZIA.

 

 

 


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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

 

 

ESCOLA DO VOVÕ

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de setembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 101

 



Temos certeza de que você, santanense, não sabe, porém, podemos dizer que a escola mais antiga da cidade é a que você está vendo abaixo. Leva o nome do primeiro juiz de Santana do Ipanema e que atuou na década de 1920. Em questão de prédio, é a escola “Bacurau”, mas no momento virou biblioteca de bairro. Então, a escolinha Manoel Xavier Acioly, abaixo, assume o lugar da mais antiga que conhecemos na urbe. Vamos levar em conta que a represa na BR-316, construída na periferia de Santana, em 1951 tenha influído na construção da escola. A represa ao lado da BR e a ponte ali erguida, deram origem ao Bairro Barragem que se formou em parte com os operários da obra (cassacos). A represa, hoje assoreada, sempre foi apontada pelo povo como barragem, o início do bairro e até hoje também, Bairro da Barragem.

Portanto, tudo levar a crer que a escolinha tenha sido fundada no início do Bairro da Barragem, para suprir a necessidade das famílias daquela periferia, em 1 de agosto de 1956. A escolinha acaba de completar 68 anos de existência.... Nem temos a ideia se ela mesma sabe disso. No caso, tínhamos apenas 10 anos de idade quando se deu o fato inaugural. Parecia uma paisagem muito triste quando víamos aquela escola pequena e isolada lá na beira da estrada. Foi reformada nos últimos anos e passou a ser um anexo de uma escola do Bairro São José. Com a situação da atualidade que tem transporte para todas as escolas do Brasil, a escolinha Manoel Xavier Acioly, também passa a acompanhar o modernismo e recebe alunos dos sítios daquela Zona Oeste de Santana do Ipanema.

Temos uma impressão muito forte de que a Educação e toda população santanense, deveriam fazer uma belíssima homenagem àquela unidade de Ensino. Inclusive, com um dia completo de lazer e inúmera atrações, com a participação de todas as outras escolas da cidade. O bairro da Barragem cresceu, formou do outro lado da pista um complemento moderníssimo que dividiu o bairro no antes e depois. Por trás da parte mais antiga e original, formou-se o bairro mais novo da cidade, denominado pelo povo de Clima Bom. Também é servido pela “Escola Vovô”, Manoel Xavier Acioly.

Sua bênção!...

ESCOLA MANOEL XAVIER ACIOLY, em 2013. (LIVRO 230 ICONOGRÁFICO AOS  230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA/B. CHAGAS).

 

 


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