domingo, 3 de dezembro de 2023

 

SANTANA DO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.003



 

Vamos fechando o circuito de todas as cidades sertanejas alagoanas apresentadas. Estava faltando somente Santana do Ipanema.

Cidade sertaneja servida pela BR-316 e pela AL-130, fundada em 1787. Fica entre as cidades de Dois Riachos e Poço das Trincheiras. Seus munícipes são chamados de santanenses e tem como padroeira Nossa Senhora Santana. Possui duas paróquias: a de Senhora Santana e a de são Cristóvão, cujos festejos dos seus respectivos padroeiros acontecem no mês de julho e no mês de outubro.  Sua vegetação pertence ao bioma caatinga e seu clima é o semiárido.  A cidade apresenta-se ladeirosa e repleta de patamares onde estão localizadas ruas e avenidas importantes.

Já foi chamada “Terra dos Carros de Boi”, “Terra do Feijão”, mas continua com o título de “Rainha do Sertão”. É a cidade sertaneja de Alagoas mias importante de todas. Sua distância para a capital, Maceió, gira em torno de 220 km. Atualmente é Centro Educacional de peso e conta com a presença das representações da UFAL – Universidade Federal de Alagoas; UNEAL – Universidade de Alagoas; e IFAL - Instituto Federal de Alagoas. Sua economia se baseia na agropecuária, comércio e serviços, conta com três bancos federais e um movimento diário de trânsito muito forte com veículos diários de cerca de 30 cidades da região, bem como o atendimento do Hospital regional Dr. Clodolfo Rodrigues que atende mais ou menos ao mesmo número de cidade acima.

A cidade é circundada por serras e serrotes que permitem o turismo paisagístico natural. Santana tem como principal acidente geográfico o rio Ipanema que banha a cidade e que antigamente era abastecida de água por ele. A cidade pode ser desvendada na sua história, arquitetura e na geografia. Sua culinária representa o resumo apaixonante das comidas típica de toda a região. Brevemente será lançado o maior documentário jamais produzido em Santana do Ipanema: o livro: “O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”. Covardias à parte, aguardemos o primeiro trimestre de 2024.

ESTÁTUA AO JEGUE (FOTO: B. CHAGAS)

 


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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

 

CAROÁ, CROATÁ, CROÁ

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de novembro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.002

 



Caroá, croatá, crauá ou Croá, “É uma planta terrestre da família das bromeliáceas, nativa do Nordeste do Brasil. A planta é uma bromélia nativa do estrato baixo da caatinga brasileira, apresenta folhas lineares, acuminadas e listradas e flores protegidas por brácteas com coloração viva e frutos em bagas suculentas. Já teve muita importância na caatinga, antes do advento do plástico. Dela se fazia cordas, cordões, redes, sacos, tecidos e roupas. Proporcionou emprego e renda em vários lugares do Sertão nordestino, gerou indústrias e até originou cidades como Senador Rui Palmeira no alto Sertão alagoano, cuja origem foi uma “usina” de fazer barbantes de caroá. A grande riqueza de outrora do Nordeste, o algodão, era ensacado com destino as bolandeiras ou vapores (máquinas de beneficiamento do algodão) com enormes sacos de caroá, que tinham aparência de tarrafas nos seus trançados espaçosos e transportados, geralmente por carros de boi.

O caroá fez ótima circulação de dinheiro no Sertão e Agreste entre extrativistas rurais, empresários, fábricas, comércio e usuários. O agave, planta espinhenta da qual se fabricava cordas e outros produtos semelhantes ao caroá, tinha mais nobreza, pois em muitos lugares do semiárido, era plantado com vigor. O caroá, apenas era extraído da caatinga. Em várias regiões apresentava-se abundante e em locais privilegiados, crescia até dois metros de altura.  Como o nome da planta varia muito em cada região, é possível que ela também seja chamada gravatá (sítio e poderoso riacho de Santana do Ipanema).

As riquezas antigas dos nossos sertões são pouco divulgadas e temos certeza de que pouquíssimas pessoas têm esse conhecimento. O uso da lã de barriguda, a utilidade dos juncos nas fabriquetas de colchões, representam segredos do Sertão antigo (não tão antigo assim) e que deslumbram por certo, pesquisadores e fontes dos mais velhos que assim conviveram. Infelizmente, o advento do plástico, muito útil, prático, leve e barato substituiu nossos produtos inocentes e passou a poluir o mundo. É pena porque nem todo nosso passado foi registrado e dão trabalho aos pesquisadores, mais do que os temas sobre animais pré-históricos.

CAROÁ (AUTOR NÃO IDENTIFICADO).


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