JORNAL DO SERTÃO
(Clerisvaldo B. Chagas. 3.5.2010)
À memória de “Geraldo Maleta”, um dos repórteres do JS
A respeito do Jornal do Sertão, um dos encartes do Jornal de Alagoas, funcionou em Santana em 1986. Não sei dos entendimentos entre os mandatários de Maceió e Marcelo Ricardo. Sei apenas que o Marcelo me convidou para fazer parte de uma equipe para fazer funcionar um encarte do Jornal de Alagoas em Santana. Não fui convidado para trabalhar para Marcelo. Fui convidado como disse, para fazer parte de uma equipe. Implantado o jornal, a equipe funcionava com as seguintes pessoas: Marcelo, Edivânia (posso estar enganado no nome) filha do nosso amigo Marciano. Antonio Porfírio, Roberval Ribeiro, Marcel de Almeida, “Edvan de Gerusa”, “Geraldo Maleta” Clerisvaldo. O prédio do matutino funcionava à Rua Nova, ocupava o térreo e mais dois andares. Ninguém era mais importante de que ninguém. O jornal só funcionava por causa dos elos da corrente.
Marcelo – Era diretor de finanças. Cuidava de arranjar comerciais, sendo responsável pelo jornal e mantinha os contatos com os dirigentes de Maceió. Trabalhava em sala separada da redação. Não era escritor ainda e nem me falava nesse assunto.
Edvânia – Com seus óculos de lentes grossas, alegre, secretariava o setor de finanças, atendimento ao público, coisas assim.
No setor de redação:
Antonio Porfírio – Antes, fotógrafo autônomo. Tornou-se fotógrafo do Jornal e também auxiliava coletando dados que nos permitiam completar reportagens. Deslocava-se rápido com sua moto. Sem ele, o jornal só produziria textos.
Roberval Ribeiro – Desenhista, artista plástico e outros títulos. Era diagramador. Roberval também desenhava as charges do jornal. Dei muitas idéias a ele sobre os motivos dos desenhos e ele, para mim, era o melhor do estado.
Marcel – Também era diagramador. Quando o Roberval faltava, ele desenhava algumas charges. Na época, não falava sobre escultura, pelo menos a mim. Com grata surpresa vim, a saber, depois da sua fama lá no Sul. Sem diagramação, nada de jornal.
Edvan – Repórter empolgado com seu trabalho.
Geraldo – Também repórter. Sem ele e Edvan, como poderia funcionar o JS?
Clerisvaldo – redator. Encarregado de comandar a página que tinha hora marcada para fechar e ser enviada a Maceió. Numa cidade que não havia tantas notícias, conseguir entre doze e treze reportagens diárias era uma loucura. Chovendo ou fazendo sol a página teria que ser enviada à capital até a hora “x”. Tarefa estressante e de amor extremo. Através do JS, coloquei apelido na churrascaria que funcionava defronte o cemitério: “Defuntão”. Pegou muito bem. O prefeito queria fazer um estádio municipal no Bairro Floresta. Antecipei o apelido para “Florestão” que pegou como rastro de pólvora. Ainda apelidei e ficou o vulgo por muitos anos “Corredor do Aperto” à Rua Barão do Rio Branco, por causa do seu trânsito caótico. Por último apelidei uma quadrilha que agia no Alto Sertão como o bando de “Lampião II”. Lembro de duas campanhas importantes entre muitas: a de “Lampião II”, para acabar com o terrorismo na região citada acima e a da luta para trazer uma nova adutora para Santana, povoados e cidades circunvizinhas.
Mais ou menos com um ano de funcionamento do JS, as coisas lá para a capital não estavam indo bem para O Jornal de Alagoas ─ segundo comentários ─ e tudo fechou. Nem Marcelo foi o maior, nem Clerisvaldo, nem Edvan... Todos faziam com que o JS funcionasse. É injusto exaltar somente um. Todos mereceram medalhas e nunca foram reconhecidos. Excelentes companheiros que nunca criaram uma só rusga entre si. O máximo aborrecimento era deixar o companheiro arrancando os cabelos quando se chegava atrasado à redação. O Jornal já está em uma das páginas da “História de Santana”, um dia veremos. Essa foi a verdade sobre o JS. Apenas certo boato quando o Jornal fechou, mas são águas passadas. Nem tudo o que se sabe se diz. Inclusive, pensei num jornal diário virtual, tracei esquema, dei nome e ainda guardo em segredo esse nome muito forte. Mas é preciso dedicação quase exclusiva de uma equipe dinâmica e comprometida. Uma dor de cabeça a mais se não for como os elos do JS. Foi um prazer trabalhar no JORNAL DO SERTÃO.
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