segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

BASSOURAS DE GARRANCHOS

BASSOURAS DE GARRANCHOS
(Clerisvaldo B. Chagas, 11 de janeiro de 2011)

       Vamos convivendo nesse Brasil velho de meu Deus, entre democracia e absolutismo doméstico. O aumento “papai Noel” dos parlamentares vai lembrando os contos das “mil e uma noites”, envolvendo arranha-céus nova-iorquinos ou formidáveis minaretes de Bagdá. Assim os caminhos liberais revistos na Revolução Francesa, vão-se transmudando em castelos encantados, inefáveis, cromatográficos que inebriam. A teocracia emanada dos deuses espúrios comanda sem arreios os umbrais de quantidade assustadora de prefeituras. Os sucessivos escândalos no país inteiro arrastam ─ estampados nos jornais ─ todas as esferas dos poderes constituídos. Mas, enquanto a vassoura vai agindo resoluta nessa áspera missão, vem à superfície figuras saídas dos brumosos históricos e longínquas anotações.
       E para não indagar ao amigo se já ouviu falar em Zé Pelim, vamos quebrando a língua com o grego Pisístrato que governou Atenas por volta de 530 anos a.C.. Classificado como tirano realizou importantes reformas sociais. Concedeu empréstimos aos pequenos agricultores. Construiu obras públicas como canais e portos, incentivando ainda o comércio externo e a construção de navios. Psístrato apoiou realizações culturais construindo bibliotecas e incentivando a atuação de artistas, poetas e sábios. Está aí a Filosofia para explicar a lógica das coisas ou as coisas da lógica. Se esse indivíduo fez essas bondades todas há mais de quinhentos anos antes de Cristo, prefeitos do Brasil inteiro deveriam fazer muito mais, após 2.500 anos das ações de Pisístrato, concorda ou não, compadre? Tem prefeituras por aí que até as vassouras continuam como bassouras de garranchos.
       Se olharmos um pouco mais ao lado, vamos para 510 a.C., com outro indivíduo de Atenas chamado Clístenes. Sendo aristocrático, assumiu o governo de Atenas e governou de uma forma em que todos os cidadãos participavam dos assuntos da cidade-estado: a democracia. Nessa época havia a lei do ostracismo. Se uma pessoa fosse perigosa para a democracia, o povo tinha o direito de votar a favor ou contra sua expulsão da cidade por dez anos. Se fosse expulso, o excluído perdia os direitos políticos e os bens.
       Como sem passado não pode haver comparativo, vamos desenterrando figuras que podem ajudar na sintaxe da arte astuciosa, não acham? Ou os amigos continuam na inércia do “ninguém dá jeito?” O Sol de hoje será o mesmo Sol de amanhã, contudo, pela omissão dos pais, o bem-estar dos filhos talvez não seja. Depende de você, amigo leitor, continuarmos ou não nas BASSOURAS DE GARRANCHOS.


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