domingo, 23 de outubro de 2011

O FILHO DE CORISCO

O FILHO DE CORISCO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2011

Quem quisesse achar Corisco tendo o ano de 1934, como referência, poderia até encontrá-lo nos seus lugares prediletos entre Mata Grande e Água Branca, região serrana do oeste alagoano. Ao retornar da longa temporada Bahia/Sergipe, 1934, Lampião veio para a região acima, onde havia iniciado seus estágios. Entretanto Corisco chegou primeiro trazendo Dadá e atuando nos municípios pernambucanos de Moxotó e Tacaratu, depois veio para Mata Grande e Água Branca. Lampião chegou seis meses depois, trazendo Maria Bonita. Todavia, sábado passado, eu e o professor Marcelo Fausto, não estávamos nas caatingas à procura de Corisco, mas bem perto de uma avenida bem movimentada de Maceió, em busca do filho do “Diabo Louro”. Silvio Bulhões, o filho de Corisco, sempre foi e continua sendo um cavalheiro. Estava bem à vontade para nos receber, entre seus papagaios e rolinhas azuis que vêm comer xerém de milho no seu quintal. Na sala, enormes quadros com fotos de seu pai em traje de guerra e uma pintura representando Corisco e Dadá.

Fomos cercando Silvio, com folga suficiente para que ele se soltasse nas histórias que sabia sobre a Santana do Ipanema da sua época, sede do 2º Batalhão de Polícia de combate ao banditismo. Valiosas informações foram colhidas sobre importantes episódios relativos ao coronel Lucena, Tenente Porfírio, Corisco, Dadá, Português e muito mais. Graças a essas informações, inclusive, inéditas, vamos modificando o nosso livro “Lampião em Alagoas”, aqui, acolá, para que os fatos possam sair o mais perto da verdade. O sertanejo Sílvio continua como grande admirador do pai, mesmo sabendo das barbaridades cometidas por ele, que, juntamente com os cangaceiros Gato e Zé Baiano, eram considerados os três homens mais perversos do bando de Lampião.  Silvio, tendo sido marinheiro, continua também com um amor enorme pelos oceanos. O último capítulo do livro que estar escrevendo sobre seu pai, será dedicado à cremação dos restos mortais do cangaceiro, cujas cinzas serão jogadas ao mar. Mas o nosso economista e professor de Matemática também deseja ter seu corpo cremado quando a alma partir e as cinzas jogadas ao mar que tanta ama. Em qualquer mar porque os oceanos se interligam, afirma com bastante tranquilidade nosso anfitrião.

Finalmente lançamos o convite para que o homem que foi criado pelo Cônego Bulhões, fosse um dos três apresentadores do nosso livro. Dizendo ser uma honra, Silvio aceitou de pronto, porém, honra é para nós que por isso mesmo queremos entregar ao leitor um material de qualidade. Breve voltaremos a Maceió para uma foto a capricho, ocasião em que Silvio conhecerá a nossa obra completa e fará uma avalição para os leitores exigentes. Nossos agradecimentos públicos ao FILHO DE CORISCO.

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