SEI NÃO SENHOR
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de março de 2012
Quando Costa Rego assumiu o poder, iniciou uma limpeza feroz contra a bandidagem no estado. O, então, sargento José Lucena de Albuquerque Maranhão, recebeu ordens para atuar na zona de Viçosa e depois no Alto e Médio Sertão com carta branca. Era para depurar o estado contra valentões, ladrões, cangaceiros e até prender coronéis protetores de bandidos. A limpeza prosseguiu em seu governo com tanto rigor que ninguém sabe quantos foram mortos pela polícia da época. Um escritor afirma em livro que Lucena eliminara mais de mil pessoas, muitos à beira da própria sepultura, cavadas por eles mesmos. Costa Rego afirmava na sua coragem e truculência que queria o homem de bem livre de ações marginais para viver sem medo na sociedade. O aperto descomunal em Alagoas foi tão consistente que os atos do governador foram parar no Senado e ali o jornalista compareceu para se defender. O próprio Lampião, diante de tantas prisões e “sumiços” em seus coiteiros, mandou recado desafiador: “Diga a ele que eu salto riacho quanto mais rego”.
Atualmente, com tantas leis sobre Direitos Humanos, os bandidos vão se saindo maravilhosamente bem. Quando são presos a Justiça solta, quando não soltam, eles são encarcerados em cadeias de isopor. Multiplica-se geometricamente a bandidagem sem predadores que sofrem os apertos dos “defensores da vida”. O bravo Lucena, que chegou a coronel e comandou o 2ª Batalhão de Polícia em Santana do Ipanema, contra o cangaceirismo, parece fazer falta à sociedade moderna onde o marginal comanda. A brandura das leis incentivam os maloqueiros para o crime, pois, para eles, o trabalho é coisa de otário. É assim que o sangue escorre todos os dias pelas páginas inteiras dos jornais; inteiras, digo, tirando as putarias que a eles fazem concorrência. Sei não. Onde tudo vai parar, SEI NÃO SENHOR.
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