segunda-feira, 26 de março de 2012

MANDACARU

MANDACARU
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2012.

 O mandacaru (Cereus jamacaru) é uma planta comum na região Nordeste do Brasil. É costume destacar-se na paisagem, garboso, imponente, viril, o mandacaru representa o Nordeste das grandes estiagens ou dos verdumes característicos de outono-inverno. Pertencente à família das cactáceas, surge em lugares mais difíceis e não raro, pode chegar admiravelmente aos cinco metros de altura. Sua forma de cálice em braços estendidos para cima alegra os olhos de qualquer viajante sertanejo, pois na flora da caatinga, nada mais íntimo, pugente, querido e representativo amigo e irmão do sofrimento e da esperança. Suas flores são brancas, belíssimas, medindo aproximadamente trinta centímetros. Os botões das flores gostam de surgir no meio da primavera e cada flor dura apenas poucas horas. Desabrocham ao anoitecer e ao amanhecer já começam a murchar. Seu fruto é muito bonito. Tem tamanho de mão e meia e possui cor violeta forte e atrativa. Sua polpa é branca com sementes pretas minúsculas, apresenta-se como uma gosma, é muito saborosa e serve de alimentos para diversas aves típicas da caatinga, como a gralha-cancã e o periquito típico do lugar. Existe uma variedade sem espinhos, usada na alimentação de animais. Entretanto, mais comum é a variedade espinhenta que muita vezes serve de alimentação para o gado, quando o homem corta ou queima seus espinhos em tentativas extremas. O mandacaru é resistente à secas brabas, cúmplice e amigo do sofrido sertanejo.
          Ainda este ano, tudo indica, estará chegando às mãos dos leitores ávidos por aventura, o nosso romance inédito “Deuses de Mandacaru”. Homens intrépidos em busca de um tesouro holandês desviado por desertores flamengos na luta entre penendeses e holandeses na vila do Penedo. Todas as regiões do estado, de Maceió a Piranhas (onde acontece o desfecho da história) são contempladas. A apresentação é do saudoso presidente da Academia Alagoana de Letras, Carlos Moliterno e o cenário mostra o tempo do cangaço, quando cangaceiros, estudiosos, particulares e contratados disputam o segredo da arca roubada dos holandeses. “Deuses de Mandacaru” será lançado junto de outro romance “Fazenda Lajeado”, que conta com detalhes todo o desenrolar diário de uma fazenda de gado na época de Lampião. Dois romances de fôlego que por certo serão motivos de orgulho da literatura brasileira. Completando o Kit, o livro “Colibris do Camoxinga; poesia selvagem”.
          Todos os três livros estão prontos e já foram iniciadas negociações com uma respeitável Editora de outro estado para lançamento nacional. Aguardemos o MADACARU.

·         Camoxinga é nome indígena e de um riacho que banha Santana, afluente do rio Ipanema.
                   * Diariamente as nossas crônicas: somente neste blog. Acompanhe.







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