ACORRENTADOS
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2012
Estamos acorrentados
Às coisas de SantanaNas avenidas
Nos finais de semana
Nas broas
Nas buchadas
Nas pingas boas
Acorrentados
Às morenas do Ipanema
Na vaquejada
E loas
No galope do preá
Nas missas da Matriz
Nas pedras do Lajeiro Grande
Estamos sim
Acorrentados
No serrote do Cruzeiro
Nas trilhas do rio
Nos riachos secos
Do Sol em poderio
Nas tardes longas
Brilhando na serra Aguda
Estamos acorrentados
Aos espinhos roliços
Dos mandacarus
E ao céu azul
E à Natureza crestada
Que espelha nos metais
Dessas correntes fortes
Que prendem os verdadeiros filhos
No âmago da terra ressequida
Machucada
Dilacerada
Porém
Amiga...
E mãe.
* do livro inédito "Colibris do Camoxinga" ; poesia selvagem.
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