AVIÃOZINHO
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de março de 2012.
Volta à tona, novos capítulos da novela brasileira que tem como personagens aviões caças. O xadrez da política mundial, as sensibilidades diplomáticas, eleições, mudanças de governo e outros fatores, vão temperando a diplomacia dos negociantes. O avião francês Rafale que estava quase certo para ser adquirido pelo Brasil, ora vai para a fila no terceiro lugar da concorrência, ora volta ao primeiro em questões de semanas ou dias. Os principais jornais do mundo vão tentando adivinhar quem será o vencedor nessa disputa que envolve bilhões da moeda brasileira. Qual o melhor avião de guerra da licitação? Pelo visto, pelo que se lê no que aparece na Imprensa, todos os três são excelentes. O fator preponderante para a compra dos aviões, pelo Brasil, está na transferência de tecnologia. Não temos, no momento, condições de produzir um avião como os que são oferecidos. Mas também não podemos ficar eternamente dependendo da tecnologia alheia. Em um eventual conflito armado, caso o vendedor quisesse, poderia não fornecer mais aviões e nem assistência técnica ao seu comprador. A solução no momento é comprar os aviões com transferência de tecnologia, para que possamos fabricar nossos próprios aviões. Assim deve ser para outros tipos de armas relativas ao Exército e a Marinha.
Quanto ao preço de cada aeronave, mesmo sendo mais caro do que o concorrente compensa por causa da transferência tecnológica. Mas a dança das negociações possui outras sensibilidades. Lula foi tratado com bajulações pelo presidente francês, porém, o mesmo presidente não foi atencioso com Dilma lá na França. Entra no jogo a diplomacia americana para ganhar a disputa, prometendo, além da tecnologia, outras vantagens estratégicas apresentadas pelos bastidores. O Rafale nunca foi comprado fora da França. A Índia que pensava em adquirir muito mais de cem unidades animava o Brasil a inclinar-se para a França. Acontece que nos últimos dias houve um esfriamento indiano para os lados dos caças franceses que parece ter iniciado novela semelhante à brasileira. Dilma está em dúvida e o americano se anima.
Há quem defenda prioridade para submarinos que iriam defender o nosso pré-sal. Para isso precisaria também de muitos navios, o que daria preferência às reivindicações da Marinha. E o apoio aéreo, então, como ficaria? A vantagem do assunto é que não pertence a uma só emissora de televisão. A novela prosseguirá amanhã em todos os canais do mundo. O importante é adquirirmos com segurança essa tecnologia que tanto falam e confiar ─ no futuro ─ em nosso próprio “AVIÃOZINHO”.
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