CANGALHA: USOS E
COSTUMES DO SERTÃO
Clerisvaldo
B. Chagas, 27 de março de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.866E
CANGALHA EM JUMENTO. FOTO: (AFONSO LOUREIRO). |
As mercadorias são
transportadas em objetos artesanais sobre a cangalha. Os caçuás, feitos de
cipós, são pendurados por alças nos cabeçotes. Ancoretas e caçambas de madeira,
também são penduradas nos cabeçotes. A cana-de-açúcar e o capim são
transportados através de cambitos que são Nde pau para levar o produto
horizontalmente. Daí o tangedor ser chamado de cambiteiro. Os transportadores
de rapadura e queijo, por exemplo, costumam usar a caçamba, peça de madeira
segura nos cabeçotes por alças de corda de caroá. Esse tipo de mercadoria
atraia cangaceiros que não gostavam de perambular sem rapadura nos embornais.
Mesmo tendo sido reduzido o costume, ainda se vê bastante esse vai e vem.
Há um
ditado no Sertão que diz: “Quem nasce para a cangalha não serve para a sela”.
Esse provérbio era muito utilizado principalmente sobre pessoas que não davam
para o estudo e sim para o trabalho braçal. Os transportes de mercadorias
pesadas ficavam a cargo do carro de boi que também transportavam famílias
completas para feiras, sítios e municípios contíguos. Entretanto, continua o
uso secular da cangalha. E, diga-se de prontidão, apesar da rudeza desse
equipamento, a cangalha é uma obra feita por artesão especializado, cujo esmero
é motivo de rasgados elogios. Entre as suas qualidades, além de não maltratar o
animal, estão à beleza do artefato e a qualidade de longa vida.
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