SANTANA: O PESO DA AVENIDA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de fevereiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.263
HOJE TUDO É COMÉRCIO (FOTO: LIVRO 230/DOMÍNIO PÚBLICO). |
A hoje Avenida Coronel Lucena, aos poucos
complementava a formação do quadro do Comércio como saída em direção norte. Foi
sendo povoada por belas residências de abastados fazendeiros, políticos e
comerciantes, formando uma elite e futuro corredor de saída para a capital.
Falamos em futura saída porque o movimento Santana – Maceió e vice-versa
acontecia pelas Ruas Antônio Tavares (primeira de Santana) São Pedro e os
subúrbios Bebedouro e Maniçoba. Com a continuação do progresso, novas
residências foram surgindo ladeira acima até a parte plana superior, onde se
encontra implantada a Caixa Econômica Federal. Era motivo de orgulho fixar
residência por onde circulavam gemedores carros de boi e os primeiros e
lustrosos automóveis pretos.
Entretanto, a partir das últimas décadas do
século XX, começaram a surgir casas comerciais, na avenida. Muitos troncos de
moradores tradição foram desaparecendo, cujas famílias vendiam as residências
para fins de comércio ou de prestação de serviços. Quando mais de 50% das transações
foram realizadas, acelerou-se a profecia de que não haveria mais casa
residencial na Avenida Coronel Lucena. Uma transformação completa aconteceu na
principal rua da cidade. Formou-se um corredor continuação do comércio do
centro e já emendou com outras avenidas e bairros até o Batalhão de Polícia na
Lagoa do Junco. Algumas famílias, contadas nos dedos, ainda resistem à
modernidade, porém, por breves dias. São encontradas casas bancárias, escolas,
pousadas, hotéis, bares, igreja, sorveteria e os mais variados ramos de
negócios.
A Avenida Coronel Lucena, também é chamada
popularmente de Rua da Prefeitura. O mesmo fenômeno comercial está acontecendo
na Rua Pedro Brandão (Bairro Camoxinga). As últimas residências do lado de
baixo, estão desaparecendo; o lado de cima, resistirá mais um pouco pela
dificuldade de acesso, mas seguirá a mesma trilha. É outro ramal prolongamento
do comercio do centro que se inicia na Ponte Cônego Bulhões, atravessa a Pedro
Brandão, (principal), sai no Largo do Maracanã e sobe pela Rua Santa Sofia
(lado direito, mas breve será também o esquerdo), entra na rua principal da
COHAB Nova e deságua lá em baixo no início da Rua das Pedrinhas. Santana
confirma a vocação comercial desde o tempo de vila.
Paralelamente multiplicam-se os condomínios
pelos arredores.
O modernismo toma conta de tudo.
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