CONHECENDO A TERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Sempre disse aos meus
alunos que nós começamos a conhecer o mundo pela nossa rua, depois vem o bairro
de morada, o restante da cidade, a vastidão do município e o estado de origem
em que você nasceu. Aí sim, com toda essa base de segurança vamos conhecer pelo
menos parte do mundo. Você encontra novidades,
lazer e conhecimento dentro do seu próprio município, já fez isso pelo menos
uma vez na vida? Foi assim que fomos a uma incursão pelas terras de Senhora
Santana, nos altos e nas baixadas municipais, repassando a experiência para alunos
e colegas, pesquisadores em potencial. Nessa caminhada fomos sair na parte
meridional da serra da Remetedeira, por estradas de barro nos patamares da sua
encosta. Deparamo-nos com uma igreja
relativamente grande, aberta, com acesso de inúmeros e largos degraus, em meio
a exuberante nicho de vegetação de encosta. Ficamos de boca aberta. Seu acesso
tinha um quê da igreja da penha do Rio de janeiro. Mas a igreja estava
implantada na própria encosta e não no topo da serra.
A casa da zeladora ficava abaixo dos degraus, Dali de cima podíamos
avistar lá longe, na planura, os sítios Olho d’Água do Amaro e Lagoa do João
Gomes. Catingueiras gigantes de 15 metros de altura, ladeavam os degraus que
levavam à igreja. Ficamos horas sentados entre o salão da igreja e os degraus
sombreados, sem querer deixar aquele paraíso. Galo cantava e galinhas ciscavam
em redor da casa da zeladora. Somente depois da paisagem serrana impregnar toda
a nossa percepção, deixamos o lugar em busca de um novo sítio, o serrote dos
Bois, desta vez lá em baixo, no monte fincado no peneplano do município.
Ali fomos observar novo cenário visto do cimo do
serrote. Uma paisagem aberta e
ensolarada que permitia registrar os detalhes de caatinga, desmatamento e
acesso aos sítios da vizinhança. Conhecemos belíssima criação de gado
selecionado de cor avermelhada e fabriqueta de queijo de coalho. Passamos ainda
pelo sítio Laje dos Barbosa, onde visitamos uma casa de reunião da comunidade e
uma igreja da fazenda ricamente organizada. Já era tempo de sairmos para novas
paisagens e fomos para a Região dos sítios Jaqueira, Martins e Cajarana onde
novas surpresas nos aguardavam. Mas isso é assunto para outra crônica.
CONHECER A TERRA NATAL.
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