terça-feira, 19 de maio de 2020

CONHECENDO A TERRA.


CONHECENDO A TERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.307
Casa de taipa plena de vida na periferia da cidade. (Foto: B. Chagas).

Sempre disse aos meus alunos que nós começamos a conhecer o mundo pela nossa rua, depois vem o bairro de morada, o restante da cidade, a vastidão do município e o estado de origem em que você nasceu. Aí sim, com toda essa base de segurança vamos conhecer pelo menos parte do mundo.   Você encontra novidades, lazer e conhecimento dentro do seu próprio município, já fez isso pelo menos uma vez na vida? Foi assim que fomos a uma incursão pelas terras de Senhora Santana, nos altos e nas baixadas municipais, repassando a experiência para alunos e colegas, pesquisadores em potencial. Nessa caminhada fomos sair na parte meridional da serra da Remetedeira, por estradas de barro nos patamares da sua encosta.  Deparamo-nos com uma igreja relativamente grande, aberta, com acesso de inúmeros e largos degraus, em meio a exuberante nicho de vegetação de encosta. Ficamos de boca aberta. Seu acesso tinha um quê da igreja da penha do Rio de janeiro. Mas a igreja estava implantada na própria encosta e não no topo da serra.
A casa da zeladora ficava  abaixo dos degraus, Dali de cima podíamos avistar lá longe, na planura, os sítios Olho d’Água do Amaro e Lagoa do João Gomes. Catingueiras gigantes de 15 metros de altura, ladeavam os degraus que levavam à igreja. Ficamos horas sentados entre o salão da igreja e os degraus sombreados, sem querer deixar aquele paraíso. Galo cantava e galinhas ciscavam em redor da casa da zeladora. Somente depois da paisagem serrana impregnar toda a nossa percepção, deixamos o lugar em busca de um novo sítio, o serrote dos Bois, desta vez lá em baixo, no monte fincado no peneplano do município.
Ali fomos observar novo cenário visto do cimo do serrote.  Uma paisagem aberta e ensolarada que permitia registrar os detalhes de caatinga, desmatamento e acesso aos sítios da vizinhança. Conhecemos belíssima criação de gado selecionado de cor avermelhada e fabriqueta de queijo de coalho. Passamos ainda pelo sítio Laje dos Barbosa, onde visitamos uma casa de reunião da comunidade e uma igreja da fazenda ricamente organizada. Já era tempo de sairmos para novas paisagens e fomos para a Região dos sítios Jaqueira, Martins e Cajarana onde novas surpresas nos aguardavam. Mas isso é assunto para outra crônica.
CONHECER A TERRA NATAL.









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