NAMORANDO NA FEIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de
maio de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
FOTO: B, CHAGAS/ARQUIVO(FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Não sabemos
os critérios de espaçamento de pessoas e outras providências, mas amanhã,
sexta-feira, haverá mais uma edição da Feira da Agricultura Familiar, em
Santana do Ipanema, no Bairro Monumento, defronte a Secretaria da Agricultura e
vizinha à Caixa Econômica. Já conhecida popularmente como “Feirinha”, o
movimento antecede a grande feira do sábado, quando expõe ali produtos da terra
sem nenhum tipo de veneno. A feirinha já conquistou espaço e gente para a
compra dos seus produtos da terra, do criatório, das artes e da culinária
campesina. Um dos ítens da “Feirinha”
que conquista a clientela exigente, é a sua limpeza no chão, nas bancas e no
entorno, coisa não observada na feira grande dos sábados. Aliás, as barracas
são padronizadas e atrativas. O que você espera encontrar? Raízes, hortaliças,
frutas e legumes, galináceos, doces diversos diretamente do campo, não faltam.
Sempre aparecem aqueles produtos que quebram a rotina
como a castanha assada, mel de abelha de flores da caatinga, coco verde, feijão-de
-corda, ovos de capoeira e ovos caipiras da Associação local. Encontramos ainda
artesanato de tecidos e sucatas. Os produtos não possuem atravessadores, são
vendidos diretamente ao consumidor, melhorando assim a renda dos agricultores familiares
que praticam a chamada agricultura de roça. O cliente também é beneficiado pois
o compromisso é ofertar produtos se agrotóxicos e de qualidade. O cliente fiel
da “Feirinha“ ainda pode fazer encomenda para a próxima sexta, dos produtos do
campo: um pavão, um peru, ovos de guiné ou mesmo ervas medicinais que não
faltam nas diversas comunidades.
As feiras em geral, iniciaram na Idade Média, quando
os camponeses levavam seus produtos para a parte externa dos castelos, conseguindo
chegar aos dias atuais. Lamentavelmente, os aglomerados sem critérios de
organização e higiene fazem desses encontros semanais, também um foco de
imundície que tange muita gente para os supermercados. Estamos falando das
feiras grandes e gerais, que não conhecem regras de civilidade nem freios. Mas a Feira da Agricultura Familiar em todas
as cidades do estado, traz uma organização estudada desde o início.
Fui procurar um amigo e o encontrei na “Feirinha”.
Achei estranho pois o amigo nunca foi de fazer feira, mas a resposta estava
exposta: “Estava namorando cara”. Essa você não compra, conquista. Sei não...
Só sei que será amanhã no Bairro Monumento.
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