ASFALTO PARA O BARROSO
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de setembro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.383
A
divulgação do governo municipal, através de vereador de situação sobre possível
pavimentação asfáltica Bairro Lajeiro Grande – sítio Barroso, repercutiu bem na
zona rural norte de Santana do Ipanema.
Certo
que ainda é apenas uma intenção, pois seria preciso adquirir mais dois
quilômetros de asfalto, mas como diz o povo, “Quem atacha quer comprar”. Como o primeiro cemitério de Santana foi
demolido nos anos 40, foi construído o segundo na parte alta do Bairro
Camoxinga com alegação que ficaria longe do Centro. Mas a sua implantação fez
ajudar o estiramento da cidade naquela
direção e o cemitério Santa Sofia também foi incorporado a zona urbana e com
muita força, tanto é que para sua vizinhança foi a COHAB NOVA, O Estádio Arnon
de Mello e inúmeras ruas formando assim outro bairro vizinho denominado Rua das
Pedrinhas e que também já originou o terceiro denominado popularmente de
Quilombo.
O
cemitério Santa Sofia ficou apertado e foi preciso a construção de um novo
lugar para os mortos. Terrenos apropriados difíceis de encontrar, a solução foi
construir o terceiro cemitério de Santana em um sítio longe da cidade. Foi
assim que o então, governo municipal Nenoí Pinto, implantou o cemitério no
sítio Barroso, dando-lhe o nome de São José, embora o povo continue a chamá-lo
simplesmente “Cemitério do Barroso”. Saindo do Bairro Lajeiro Grande, ao norte
de Santana, vamos encontrar o cemitério do Barroso, a cerca de 2 km em direção
à cidade de Águas Belas, Pernambuco, estrada essa construída pelo então,
interventor municipal Pedro Gaia, em 1938. Por ali se vai para região serrana
do município com os sítios Barroso, Água Fria, Salgado, Camoxinga dos Teodósio,
Tigre, Pé de Serra, Pinhãozeiro, Malembá e outros mais.
Vê-se
a importância da intenção anunciada do asfalto até aquele sítio, plano, terreno
de barro e repleto de chácaras formadas antes do cemitério. No Barroso
acontecia as antigas corridas de cavalo. Seria o puxamento definitivo dos
Lajeiro Grande, Pedrinhas, Quilombo, para aquelas imediações uma vez que estes
caminham lentamente para o Barroso. Além de melhorar o trecho para os cortejos
fúnebres, (longo, cheio de poeira e dificultoso, a pé) seria beneficiada
parcialmente toda àquela região mais úmida de Santana do Ipanema.
Asfalto
para mortos e vivos, conquista espiritual e terrena para a solidão do São José.
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