HUMOR
E REFLEXÃO
Clerisvaldo
B. Chagas, 3 de setembro de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.378
(FOTO: B. CHAGAS)Saindo
do sério histórico da minha terra, entremos na área do humor e reflexão.
Existem pessoas que têm um raciocínio tão rápido que parecem saber o que vai
ser perguntado ou dito. Uns chamam o fenômeno de tirocínio. Você é assim? Seja
lá o que for vamos contar quatro passagens que o tempo não deixou esquecer.
O saudoso
prefeito de Maceió, Sandoval Caju teve publicada várias histórias de presença
de espírito. Uma delas conta que uma vez eleito, foi participar de uma reunião
quando um dos presente disse baixinho ao companheiro, mas não tão baixo assim:
“Esse é o palhaço que foi eleito”. Sandoval ouviu o desabafo opositor, virou-se
rapidamente e disse: “Os palhaços são vocês, agora eu sou o dono do circo”.
Seu Marinho Rodrigues
negociava no “prédio do meio da rua”, despachava no balcão do armazém
juntamente com sua esposa Prazerinha e o cunhado Reguinho. Ao receber dinheiro
costumava levá-lo contra a luz e examiná-lo com o tato. Gostava de chamar seus
clientes homens de “caboclo velho”. O cidadão Zé Malta, de verve boêmia, entrou
no armazém, pediu uma carteira de cigarro, pagou, recebeu o troco e saiu
caminhando. Quando, lá na frente contou o troco, coisa rara! Marinho Rodrigues
dera dinheiro a mais. Malta voltou lá para devolver o excesso: “Seu Marinho...” “Diga caboclo velho”. Prossegue Zé Malta: “O
senhor deu o troco errado”. E seu Marinho, na sua pompa de autoestima: “Aqui
não se passa troco errado, caboclo velho”. Zé Malta falou apenas: “Muito
obrigado, Seu Marinho”. Pôs a
gratificação de volta ao bolso, saiu assoviando e desapareceu na primeira
esquina.
O ex-prefeito
interventor Nozinho despachava no balcão da sua
Sorveteria Pinguim. Um rapaz pediu um picolé e veio um produto verde escuro.
O cliente mordeu, experimentou, deglutiu um pedaço e indagou: “Seu Nozinho, esse
picolé tão verde assim é de mata-pasto ou de quê?”. O ex-prefeito marca três
efes respondeu em cima da bucha: “Você que estar chupando não sabe, quanto mais
eu...”.
Antônio Alves Costa, o
“Costinha” era prático de veterinária, brincalhão e rápido nas respostas. Certa
feita foi vacinar o gado na fazenda do
meu pai, sítio Timbaúba. Os vaqueiros laçavam e dominavam as reses, o prático
encostava e zás! enfiava a agulha com perfeita habilidade. Uma vaca, porém,
dava muito trabalho aos vaqueiros.
Esperneava, pulava, escoiceava... E Costinha olhava da sua zona de
conforto. Um dos vaqueiros, o Chicão, antes de dominar completamente a rês,
gritou: “Venha, seu Costa que a rês é mansa”. Costinha só teve tempo de abrir a
boca: “Mansa era minha mãe e meu pai tinha medo dela”. E Ficou espiando de
longe tempos melhores.
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