terça-feira, 9 de maio de 2023

 

NO ALTO SERTÃO (II)

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.882

 


Adentramos à cidade de Maravilha, geograficamente um brejo de pé de serra e logo notamos a expansão e modernização da cidade.  Um antigo açude de minação que havia já na saída para Ouro Branco, estava todo urbanizado e se tornara um sofisticado ponto de encontro. E ali estava sua relíquia máxima: a serra da Caiçara, imponente, com seus mais de 800 metros, ponto turístico e hoje transformada em Reserva Ambiental. Muitas chácaras lá para cima, inclusive naquele momento iria haver uma reunião política em uma delas. Fomos direto a uma casa recuada do ex-prefeito, vice-prefeito e atual candidato a vice, Luizinho, que nos estava esperando para conversar. Uma figura ímpar, bem humorada e que fora meu aluno Conversas e mais conversas agradáveis, cervejinha para que ainda bebia e   altíssimos elogio do ex-prefeito à minha pessoa como professor e como escritor, o que me deixou sem chão.

Quando dali saímos contemplamos as estátuas de mastodontes distribuídas pela cidade, mas não procuramos o museu local onde estão abrigados fósseis daqueles animais encontrados nas pesquisas e escavações no município. Tiramos direto para o povoado Tapuio, pertencente ao município de Poço das Trincheiras com acesso pela BR-316. Ao passarmos nas imediações de uma estrada de terra que corta caminho para Maravilha, entre Maravilha e Poço, veio a lembrança da indagação que fiz ao nosso entrevistado de Ouro Branco com seus 86 anos. A estrada que corta caminho se chama Maria Morena. “Vamos por Maria Morena que a estrada está boa”, etc. E com tanta curiosidade sobre essa denominação (por ande tanto rodamos) eu achava charmoso o título Maria Morena, tanto que coloquei o nome de uma personagem de um dos meus romances de Maria Morena.

E com mais de 20 anos de curiosidade que estava já perdida, resolvi indagar e o nosso romeiro explicou: “Maria Morena era mulher alta, forte e bem morena que vendia cocada naquele trecho da BR-316”. Naturalmente tinha seu rancho na estrada de terra que lhe perpetuou a homenagem. Como é bom pesquisar!

Já era muito mais de meio-dia quando chegamos ao acesso do Povoado pocense, Tapuio. Uma estrada de terra de cerca de 5 km de distância da pista ao povoado.

Amanhã: No alto Sertão (III). Final da série.

       A IMPONENTE SERRA DA CAIÇARA, VENDO-SE ASPECTO DE MARAVILHA.
FOTO: MARCELLO FAUSTO


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