quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

 

PADARIA

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 189



 

Quer queiramos ou não, é a padaria um lugar de muita identificação com a nossa vida de adolescência e mesmo adulta. Todos lembram da padaria da juventude. E, falando francamente, a diferença do ambiente quase nada mudou. Vai de uma simplicidade franciscana até quase o alto luxo, entretanto, a essência é a mesma. O tema me vem à telinha do computador, mediante esse pão comprado há pouco, fresco, mas ressecado que só uma torrada. E nossa cidade, espelha bem essas histórias de padarias, pois já nos deparamos com nomes de panificadores, desde a década de 1920. E como a vila de Santana do Panema, era muito progressista, não duvidamos que na época já produzia o nosso pão de cada dia. E na era 20 se fala na padaria de um certo, Firmo e mais adiante no panificador Antônio Tavares. Na certa Antônio Tavares da Guirra, também componente de teatro.

Mas, do meu tempo mesmo, a mais velha foi a Padaria Royal do senhor Raimundo Melo, situada no Comércio da cidade, muito embora com a impressão de que o senhor Raimundo Melo, já comprara a padaria a outro proprietário. Isso é apenas impressão, certeza mesmo não tenho e, os do meu tempo ou perto, não compartilham da história. Havia os três pães básicos, no início: crioulo, doce e francês, chamado por mim e pelo povo também, pão d’água, pão de milho e pão aguado. Depois surgiram os pães: carteira, roberto carlos e alagoas. Vendia bolachas x, fabricadas lá mesmo. Também fabricava bolachão, uma bolacha grande, quadrada, fofa e cheia de fermento. A Padaria Royal começou a vender bolacha cream-craker que chegava da fábrica em embalagem de lata, um luxo só.

Final de ano, a padaria presenteava seus fiéis clientes com um pão tipo recife, em forma de jacaré e calendários de paredes. A pedido de clientes, também deixava os pães pendurados em pregos nas janelas ou nas portas desses clientes, em sacolas de pano, bordadas. Os passantes não mexiam nas sacolas. Mas é claro que existiam mais algumas padarias na mesma época, entretanto, era na Royal que eu ia comprar o pão. Por isso e por outras coisas mais que eu considero padarias lugares sagrados. E por enquanto não vamos entrar no mérito do fabrico, da banha de porco, da manteiga, da margarina...

Lembro ainda dos padeiros Altino, que morava na Rua Zé Quirino; e de Moreira, índio Fulni-ô de Águas Belas.

 

 

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